A população da Itália pode sofrer uma redução de 11,5 milhões de pessoas nos próximos 50 anos, de acordo com novas previsões divulgadas nesta quinta-feira (22) pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat). Segundo o relatório, o número de habitantes no país era de 59,2 milhões em 1º de janeiro em 2021, mas deve passar para 57,9 milhões em 2030, 54,2 milhões em 2050 e 47,7 milhões em 2070, caso a atual tendência de queda demográfica se mantenha.
Isso significaria uma redução populacional de aproximadamente 20% em meio século, com efeitos potencialmente danosos para a economia nacional. A previsão do Istat é de que o país tenha duas vezes mais mortes (788 mil) do que nascimentos (390 mil) em 2049. Já a parcela dos idosos com mais de 65 anos crescerá de 23,5% em 2021 para 34,9% em 2050. Nos próximos 10 anos, 80% dos municípios italianos devem registrar queda populacional, proporção que aumenta para 90% nas áreas rurais.
A Itália já tem mais mortes do que nascimentos desde 2007, mas, durante um tempo, a imigração conseguiu compensar essa diferença, algo que não acontece mais desde meados da década passada, apesar da chegada de centenas de milhares de deslocados internacionais via Mediterrâneo. A tendência de esvaziamento populacional já fez surgir diversas iniciativas para tentar reverter esse quadro, desde as casas por um euro em vilarejos medievais e cada vez mais desabitados até pagamentos do governo para famílias com filhos (ANSA).