Marcelo Mendes (*)
O mundo não para de consumir. O homem não para de extrair.
Porém, nesse desequilíbrio com o planeta, a inovação e o conhecimento científico caminham para propor soluções a fim de compensar essa destruição promovida pelo capitalismo humano. O aproveitamento dos recursos naturais sem agredir o meio ambiente é o único caminho para assegurar a sobrevivência das próximas gerações. Um dos elementos mais essenciais na vida das pessoas é a eletricidade.
Chegou ao Brasil em 1879 – mesmo ano da criação da lâmpada por Thomas Edison – trazida por D. Pedro II, que pediu permissão à Edison para implementar seus equipamentos no país para fins de iluminação pública. Antes disso, o homem tentou outras formas de gerar energia. Baseado nos conceitos da ciência, a eletricidade era produzida como resultado das reações químicas que ocorrem em uma célula eletrolítica, dando origem, em 1800, à pilha voltaica.
No entanto, nos anos 50, mais precisamente em 1954, surgiu nos Estados Unidos a primeira célula fotovoltaica, dando início à utilização dos painéis solares já em 1958. Porém, no Brasil, essa inovação só chegou em 2011 com a construção da usina de energia solar de Tauá, localizada no Estado do Ceará. Retornando aos tempos atuais, a utilização de eletricidade é fundamental para a sobrevivência humana, para o desenvolvimento da indústria, entre outros.
O Brasil vivencia uma fase econômica em que o aumento da geração não consegue acompanhar o aumento da demanda, fazendo com que sejam necessárias fontes não renováveis, como as usinas térmicas – o que eleva o custo da geração, encarecendo a conta para o consumidor. Ademais, o aumento no consumo de energia elétrica, em razão do consumo acelerado, promoveu a construção de mais usinas hidrelétricas.
Elas não poluem o ar, mas causam enormes impactos ambientais em virtude da quantidade de água represada, a fim de mover as turbinas na produção da energia elétrica. Diante desse fato, buscam-se cada vez mais alternativas limpas, que são extremamente benéficas ao planeta e a população. A construção de mais usinas solares vem crescendo constantemente, acompanhando a demanda que aumenta proporcionalmente.
Segundo dados da Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica – o país ultrapassou a marca de um milhão de consumidores que geram a própria energia através de fonte solar. Com projeções altas, a previsão para este ano é que sejam injetados R$ 50 bilhões na economia do país. Conforme dados do setor, as gerações de energia solar ultrapassaram 17 GW, o que representa mais de 8% da capacidade total instalada na matriz energética brasileira, criando oportunidades no segmento com a geração de mais de 500 mil novos empregos.
De acordo com o levantamento do Global Market Outlook for Solar Power 2022-2026, a capacidade solar global dobrou nos últimos três anos, alcançando a marca de 1 terawatt, em abril de 2022, e a previsão é dobrar para 2,3 TW em 2025. O estudo acrescenta ainda que a energia advinda do sol é a renovável de mais rápido crescimento, representando mais da metade dos 302 GW de capacidade limpa instalada internacionalmente em 2021.
O Brasil é líder no mercado do segmento na América Latina, com estimativa de se tornar um dos principais players globais nos próximos anos, projetando alcançar 54 gigawatts (GW) de capacidade solar total até 2026. A demanda atual por essa inovação transfere esse legado para o futuro, aderindo a produção da própria energia, economizando, além do recurso financeiro, nossos recursos naturais.
(*) – É economista e gerente geral da KRJ, empresa especializada em conexões elétricas (www.krj.com.br).