Fala-se muito em metaverso, mas para que ele chegue realmente a existir, serão necessários padrões para diversas áreas: software, hardware, endereçamento etc. A atual internet só existe porque os envolvidos conseguiram criar padrões.
Vivaldo José Breternitz (*)
Agora algumas empresas e organizações formaram um grupo, o Metaverse Standards Forum, destinado a criar e promover esses padrões. Fazem parte desse grupo, entre outros, Epic Games, Meta, Microsoft, Nvidia, Qualcomm, Sony e World Wide Web Consortium.
Em comunicado à imprensa, o grupo diz que trabalhará de forma pragmática, buscando, além de criar e promover padrões, estabelecer uma terminologia consistente para uso no ambiente do metaverso – hoje, não há sequer uma definição comum de metaverso.
Sempre que surge uma buzzword, como metaverso, surgem também os aproveitadores, que oferecem cursos e consultoria acerca do tema; nossa imprensa já menciona rotineiramente fatos “acontecidos no metaverso”, quando este ainda sequer existe.
Estranha-se, no entanto, a ausência de alguns nomes no grupo, o principal dos quais a Apple; também não aparecem a Niantic e a Roblox, muito fortes nas áreas de jogos e mundos virtuais.
A criação desses padrões não significa necessariamente que existirá um metaverso – já se fala em multiversos. Esses padrões podem permitir que desenvolvedores mais facilmente criem e distribuam conteúdo para diferentes plataformas ou que os usuários exportem dados de um serviço para outro, mas o Metaverse Standards Forum sugere o desenvolvimento do metaverso de forma unificada.
Vamos ver o que o futuro nos reserva.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.