O FBI acaba de divulgar seu relatório anual “Internet Crime Report“, dando conta que, apenas nos Estados Unidos, as pessoas perderam aproximadamente US$ 7 bilhões em função de crimes praticados via Internet em 2021. Esse número é cerca de 30% maior que o registrado em 2020.
Vivaldo José Breternitz (*)
Um total de 847.376 queixas de crimes via internet foram registradas em 2021, um aumento de 7% em relação a 2020, mas impressionantes 81% maiores em relação a 2019. Os três principais crimes cibernéticos relatados no ano passado foram golpes de não pagamento/não entrega na área de comércio eletrônico, violações de dados pessoais e phishing, uma técnica de engenharia social usada para obter informações confidenciais, como nome de usuário, senha e detalhes do cartão de crédito – são comunicações falsas que parecem vir de uma fonte confiável.
Talvez não surpreendentemente, grande parte do aumento nos crimes via internet nos últimos dois anos possa ser atribuído à pandemia de COVID-19, ainda em andamento. Em seu relatório, o FBI disse que a pandemia levou a um aumento no trabalho em home office e em reuniões virtuais, com as pessoas utilizando computadores de sua propriedade, que não tem tantos sistemas de segurança como os usados em empresas.
Em 2020, o FBI recebeu cerca de 29 mil queixas acerca de atividades criminosas na Internet especificamente relacionadas ao COVID-19; essa informação não consta do relatório referente a 2021.
Embora as restrições em função do COVID-19 estejam diminuindo naquele país, a atividade criminosa na internet, especialmente na forma de phishing e violações de dados – que atingiu um recorde histórico em 2021 – pode continuar aumentando, acredita o FBI.
Crimes ligados ao mundo das criptomoedas, foram responsáveis por cerca de 32 mil queixas em 2021. Outros crimes comuns na internet foram os chamados romance scams, quando a pessoa atende a pedidos de dinheiro feitos por alguém com quem se envolve afetivamente e ransomware, quando dados de um computador são sequestrados e liberados apenas quando o usuário paga um resgate.
Fatos similares com certeza estão acontecendo no Brasil; devemos tomar muito cuidado ao acessarmos a internet – desconfiar sempre é mandatório.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor de empresas e diretor do Fórum Brasileiro de IoT.