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Gestão de pessoas no foco do crescimento dos negócios

em Espaço empresarial
segunda-feira, 14 de março de 2022

Josmar Vieira Machado (*)

Alguns dos indicadores de sucesso no mundo corporativo são números: faturamento, crescimento, volume de projetos.

São racionalizações para medirmos a salubridade financeira das empresas e mensurarmos quantitativamente a evolução do negócio. Sendo gestor há muitos anos, várias vezes me debrucei sobre esses parâmetros para fazer avaliações.

Por outro lado, é evidente que não há resultados sem pessoas. São os colaboradores que remam em direção às metas e atingem os desejados números para as empresas.

Por isso, quando me vejo frente ao desafio de fazer a empresa que comando crescer 30% – ano após ano – até 2025 e, depois, garantir um aumento anual de 100% da receita até 2030, penso em gestão de pessoas. Para atrair novos clientes e mais projetos, o pensamento padrão talvez fosse priorizar o departamento comercial. Claro, vender faz parte do negócio, mas o que muda o jogo de verdade é dar as mãos para a área de Recursos Humanos.

Você já deve ter lido muitas vezes sobre a importância de engajar funcionários, que a empresa é human centred e outros clichês de mercado. Mas, no final do dia, há um tanto de colaboradores descontentes e adoecendo por conta da pressão e da cultura organizacional agressiva. Por isso, prefiro fugir das fórmulas e pensar em estratégias que efetivamente potencializem competências e possam ser implantadas com efetividade.

Um bom exemplo é o mapeamento do nível de conhecimento de cada integrante da área comercial em relação aos produtos e serviços ofertados pela empresa. Ou seja, estamos olhando para além das vendas, com o foco ajustado para as pessoas que executam a ação. A iniciativa nos permitiu mergulhar no perfil de cada profissional, dividindo-os de forma que estejam alocados onde residem suas especialidades.

Segmentar, nesse caso, gera segurança, tranquilidade e fortalece os argumentos de quem vende. O retorno financeiro é consequência. Outro desafio recorrente na gestão de pessoas é a liderança. Mais do que valorizar as pratas da casa, como se diz, desenvolvemos o time e envolvemos os líderes das unidades de negócios na definição das metas e dos rumos da empresa, pactuando sobre o plano de crescimento.

Nosso esforço foi para que as pessoas estivessem preparadas e contassem com um clima de confiança, no qual pudessem desenvolver autonomia para tomarem as melhores decisões. Num ambiente de trabalho híbrido e majoritariamente remoto, que já era padrão na Niteo mesmo antes da pandemia, essa questão se intensifica.
Como estratégia para fomentar lideranças foi estabelecido um sistema meritocrático de remuneração, atrelado a um plano de carreira, levando à promoção de alguns colaboradores.

Como resposta, sentimos que o nível de comprometimento das pessoas que subiram de cargo está maior, o que chancela a nossa escolha de trazer jovens talentos e, assim, promover mudanças estruturais com gente da empresa, sem a necessidade de buscar profissional no mercado. A liberdade que as pessoas têm para trabalhar está na essência de uma cultura organizacional realmente horizontal.

Respeito e valorização não podem ser simplesmente palavras escritas nos textos institucionais das empresas. Precisam ser colocadas em prática, com ações afirmativas e coletivas, para que efetivamente criem raízes nas corporações. Em 2021, vimos os resultados das ações realizadas em conjunto com o RH se materializarem no crescimento da empresa em 40% em relação ao ano anterior.

Com equipes sólidas, autônomas e satisfeitas, os próximos passos – nos projetos, produtos, estratégias comerciais – ficam mais claros e fáceis de serem desenhados, percorridos e atingidos. Para obter sucesso não é preciso sacrificar pessoas. Ao contrário. É apostando nelas – de verdade – que os negócios prosperam.

(*) – É CEO da Niteo (https://niteo.com.br/).