Os Emirados Árabes Unidos (EAU) já são um mercado consolidado para o Brasil no setor de carne de frango, bovina e de açúcar: a balança comercial do país com os EAU teve superávit de US$ 1,3 bilhão em 2021, alavancada principalmente por estes três produtos. Atualmente, 70% da importação de aves dos EAU são do Brasil.
Porém, há ainda bastante espaço para ser explorado na região para produtos como frutas, cafés especiais e cooperações na área de tecnologia e inovação, especialmente nos setores aeroespacial, energia, petróleo e gás e agronegócios. É o que apontam a Chefe de Operações do escritório da ApexBrasil em Dubai, Karen Jones, o analista de negócios da Agência na região, Antonio Lopes e o embaixador brasileiro em Abu Dhabi, Fernando Igreja.
Instalado em Dubai, o escritório da ApexBrasil funciona como um centro de logística e de negócios para os pequenos e médios empresários brasileiros ávidos por ampliar seu mercado para o Oriente Médio e o Norte da África e para investidores árabes que querem investir no Brasil.
A Agência fornece inteligência de mercado e aproximação entre Brasil e países árabes, ajudando os empreendedores brasileiros a detectarem as melhores oportunidades para entrar no mercado árabe, promovendo a aproximação entre produtores e distribuidoras nacionais e pontos de venda e prestadores de serviços na região, apoiando a instalação das empresas com informações do ambiente.
Comparado a países da Europa, por exemplo, os EAU são um mercado muito vantajoso para o rápido fechamento de negócios, uma vez que a produção local é escassa, devido ao clima e ao solo desértico e desnutrido, além de uma legislação que facilita a entrada de empreendedores estrangeiros, especialmente a partir de acordos realizados com o Brasil, como a isenção de vistos para brasileiros e de imposto sobre repatriação de lucros, o que evita a bitributação. O setor de frutas também tem grande potencial de crescimento.
“O Brasil explora pouco o fato de que entrar nos EAU leva a outros lugares: além dos países do Golfo, tem a Ásia Central, a Índia e a África Oriental. E o produto brasileiro é altamente competitivo. Apesar de o transporte encarecer o produto – um mamão brasileiro, por exemplo, pode ser três vezes mais caro do que os de outros países mais próximos comercializados na região – a qualidade é bem superior, e o Oriente Médio tem um mercado consumidor disposto a pagar mais por um produto melhor”, reforça o embaixador do Brasil em Abu Dhabi, Fernando Igreja.
Além disso, o embaixador aponta a oportunidade que há para uma maior cooperação no setor de tecnologia e inovação. “O objetivo da embaixada é buscar meios de promover esta cooperação. O Brasil tem startups que apresentam soluções interessantes, como uma que desenvolveu uma tecnologia que identifica vazamentos em oleodutos. A Embrapa também é uma instituição de destaque internacional”, pontua Igreja, que está no cargo há quase cinco anos.
Os países árabes foram o maior mercado do Brasil no exterior em 2021, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Os produtos vendidos aos árabes que geraram maior receita de exportação foram o minério de ferro (US$ 3,4 bilhões), seguido pelo açúcar (US$ 2,08 bilhões), pela carne de frango (US$ 2 bilhões), pela carne bovina (US$ 698 milhões) e pela soja (US$ 635 milhões). – Fonte e outras informações: (https://apexbrasil.com.br/).