Thiago Leão (*)
Nos últimos anos, a introdução de soluções tecnológicas no ambiente industrial tem se demonstrado essencial, na medida em que se mostra cada vez mais necessária.
Principalmente para quem busca construir uma gestão disruptiva, competitiva e alinhada com um mercado exigente e dinamizado. Entretanto, indo além dos benefícios técnicos ligados às operações, é preciso ter em mente o que, de fato, pode ser aprimorado no âmbito interno, no intuito de garantir que essa transição ao digital corresponda às expectativas e cumpra com seu propósito maior, que é simplificar e potencializar a participação das pessoas por trás do negócio.
Trazendo a reflexão para a realidade de pequenas e médias indústrias, em muitos casos, demanda-se um processo de transformação cultural, a fim de superar métodos de trabalho que já não oferecem mais a eficiência desejada. Essas organizações, majoritariamente, se encontram em um estágio inicial de digitalização e, como qualquer mudança complexa, é natural que pontos de aprimoramento sejam evidenciados.
Nesse contexto, o líder exerce uma função cuja importância se estende à aceitação de seus colaboradores, para que a inovação seja normalizada na rotina de operações. Porém, o que alguns deixam passar é o grande número de contribuições que a tecnologia proporciona ao gestor e seu dia a dia de atuação, afetando a gestão em sua totalidade.
. Liderança não precisa ser sinônimo de exaustão – Geralmente, a figura de liderança permanece envolvida com cargas horárias extensas, lidando com problemas recorrentes e comuns ao gerenciamento de fábrica. Por exemplo, se uma ferramenta que roda mil peças por minuto para de funcionar, é provável que esse entrave acarrete um efeito dominó de situações problemáticas, desde a perda de tempo hábil pelo retrabalho até a pressão sobre as pessoas envolvidas na atividade.
O resultado é um clima de incerteza que apenas desestimula a resiliência entre os colaboradores. Outro aspecto negativo é a dificuldade de se desconectar da função. Afinal, mesmo em casa, o gestor continua tratando de temas relacionados à empresa, seja pelo próprio celular ou outros meios, cuidando de questões que poderiam ser contornadas por vias digitais — novamente, destaca-se a simplificação como fator preponderante para a adesão a novas tecnologias.
. Tecnologia a serviço do protagonismo humano – O aprimoramento tecnológico das lideranças está intrinsicamente ligado ao fenômeno da transformação digital sobre o campo industrial. Se tomarmos como parâmetro a realidade de gestores que trabalham com plataformas manuais, como planilhas de controle e até mesmo práticas de contagem de estoque, o espaço para o desenvolvimento estratégico é extremamente amplo.
Hoje, existem sistemas elaborados justamente para executar essas tarefas de forma automatizada. Portanto, não se trata de ofuscar o protagonismo humano, mas de respaldá-lo com os melhores artifícios disponíveis no mercado. Nesse sentido, após o reconhecimento de pontos a serem reformulados, é importante visualizar com clareza como e onde a inovação pode ajudar.
Além da automatização de processos e a liberação dos profissionais para fins estratégicos, o líder terá tranquilidade para tomar decisões mais rápidas, se dedicando a temas gerenciais.
Por fim, para organizações menores ou até mesmo indústrias familiares, a escolha pela adoção de soluções inovadoras abre portas para uma gestão em harmonia com os tempos atuais, no qual a liderança poderá exercer suas funções sob o olhar assertivo da tecnologia, reduzindo a ocorrência de falhas e atingindo um alto desempenho entre todos os departamentos.
(*) – Engenheiro Mecânico pela UERJ, é Diretor Comercial da Nomus, especializada no desenvolvimento de sistemas para excelência na gestão de indústrias.