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Estudar pra que?

em Economia da Criatividade
quinta-feira, 03 de fevereiro de 2022

Já ouviu a frase: “Se você pensa que educação custa caro, experimenta a ignorância”? No mercado da educação é comum ouvirmos essa frase em treinamentos de vendas como artifício para motivarmos possíveis novos estudantes a dar o passo final para fechamento de matrícula. Sempre me incomodou, porque a relação dela com o medo nunca me pareceu a altura da motivação que um novo aluno deveria ter para iniciar um curso.

Afinal, a gente estuda para que? Para conseguir um emprego? Para dizer que tem um certificado? Porque “precisa”? Quantos de nós realmente estudamos porque queremos adquirir conhecimento, aprender, desenvolver novas competências? Para entender como você se sente em relação aos estudos é só pensar: você aproveita o caminho ou está focado na chegada, no diploma?

Tudo isso é um reflexo de nossa relação com a educação. Quando crianças, muitos de nós estudamos em escolas sem preparação para conectar conteúdo e propósito. Fomos testados inúmeras vezes com provas que somente verificavam o que tínhamos decorado, sobre assuntos que não nos pareciam relevantes. Isso destruiu em muitos indivíduos a relação saudável que deveríamos ter com a construção de nossa própria educação.

 Na faculdade era possível enxergar uma outra relevância do conteúdo que estava sendo estudado, a depender da instituição de ensino. Já no mundo corporativo, inúmeros treinamentos seguem sendo oferecidos, novamente muitas vezes por simples exigência do próprio mercado.

Por que será que tantos adultos estudam inglês, mas não conseguem desenvolver fluência? Nem precisamos ir tão longe: quantos de nós estamos matriculados em academias, mas não treinamos? Todas essas situações são escolhas que fazemos, baseadas na nossa experiência com nosso autodesenvolvimento, com nossa própria instrução.

Hoje falamos muito do conceito de “life long learning”, quer dizer, aprendizado pela vida toda. Com a quantidade de mudanças que acontecem no mundo, e a velocidade com a qual elas são implantadas, se não nos mantivermos atualizados – leia-se: estudando – será impossível mantermos nosso lugar no mercado. É ai que entra a educação, como ferramenta e meio de mantermos nossa conexão com o ambiente em que estamos inseridos.

Não é fazer a matrícula. Não é receber o certificado. É curtir a jornada, realizar-se no aprender, abrir portas para novo conhecimento. Habituar nosso cérebro a buscar estímulos, desafios e conhecimento é o que nos manterá saudáveis, preparados e no mercado. Se você não se sente estimulado a desenvolver sua própria educação, olhe para dentro e procure sinceramente entender o motivo disso, essa descoberta vai mudar você, sua carreira e sua trajetória.

Com graduação em Arquitetura e Urbanismo, pós graduação em Administração, MBA em Empreendedorismo e Inovação, e Master in Digital Marketing, Carol Olival tem um perfil multidisciplinar e transita com segurança pelos mercados de educação, marketing, vendas e treinamento. Carol operou escolas próprias de inglês por 10 anos, e hoje é Community Outreach Director da Full Sail University, responsável pela criação e manutenção de comunidades internacionais para a universidade através da divulgação das imensas possibilidades que as carreiras na economia criativa oferecem.