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quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Anfavea espera que 2021 seja um ano de recuperação

No balanço sobre o ano de 2021, a Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores registrou avanço de 11,6% na produção total de veículos leves e pesados no Brasil, com maior peso aos caminhões (alta de 74,6%) e comerciais leves (21,9%), puxados pelas picapes. No total, foram produzidas 2.248.253 unidades em 2021.
As vendas cresceram apenas 3%. Os emplacamentos totais somaram 2.119.851 unidades. A perda estimada pela crise mundial de semicondutores foi de 300 mil unidades. “Para este ano, a previsão ainda é de restrições na oferta por falta de componentes, mas num grau inferior ao de 2021, o que projeta mais um grau de recuperação”, afirmou Luiz Carlos Moraes, presidente da entidade.
A Anfavea projeta vendas de 2,3 milhões de autoveículos em 2022, uma alta de 8,5% sobre 2021. Já na produção, a estimativa é de aumetar 9,4% este ano, para chegar a 2,46 milhões de unidades.

Expectativa de crescimento em 22. Imagem: Volkswagen

Empregos estáveis

As vagas diretas em fábricas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus ficaram estáveis, com 101,1 mil empregados no ano.
“Temos uma indústria resiliente, que trabalhou de forma intensa para proteger seus funcionários nesses dois anos de crise, mitigar perdas e manter investimentos em produtos, dado que entramos em 2022 com uma nova e rigorosa fase do Proconve para veículos leves, que reduz ainda mais as emissões dos automóveis brasileiros”, ressaltou Moraes.
“Apesar das turbulências econômicas e do ano eleitoral, apostamos numa recuperação de todos os indicadores da indústria, que poderiam ser ainda melhores se houvesse um ambiente de negócios mais favorável e uma reestruturação tributária sobre os produtos industrializados”, concluiu o executivo.

Fusão de sucesso

O Grupo Stellantis, nascido no início de 2021, foi o maior destaque do ano no segmento automotivo na América do Sul. Com 22,9% de participação na região, as marcas de FCA (Fiat, Jeep e RAM) e da PSA (Peugeot e Citroën) somaram 811.600 veículos vendidos. Deste total, mais de 493 mil veículos são da Fiat.
O Brasil representou 635,5 mil veículos e as marcas juntas responderam por 32% do mercado. A Fiat contribuiu com 431 mil veículos vendidos, o equivalente a 21,7% de participação de mercado. A marca está 125 mil unidades à frente do segundo colocado.
A Jeep somou mais de 148,7 mil unidades vendidas e 7,5% de participação. A Peugeot mais do que dobrou suas vendas em relação ao ano anterior, com 29,4 mil unidades e 1,5% de participação de mercado. A Citroën fechou o ano com 23,3 mil unidades vendidas e 1,2% de market share. E a Ram teve seu recorde de vendas no mercado brasileiro, com 2.759 unidades emplacadas e um crescimento de 87% em relação ao ano anterior.

Strada é líder no Brasil e Onix atinge 5º lugar

O ano encerra com um comercial leve no topo das vendas. A Fiat Strada foi a líder isolada de emplacamentos no Brasil, seguida pelo Hyundai HB20 e Fiat Argo. O Onix, apesar de ficar sem produção por quase 6 meses, arrancou boa recuperação no segundo semestre e ficou em 5º. Em um cenário nacional mais dissolvido, os SUVs têm menos destaque, mas devem avançar mais em 2022. Confira o ranking do país em 2021.

Strada. Imagem: Stellantis

Top 10 dos carros mais vendidos no Brasil em 2021
Modelo Unidades
1º Fiat Strada 109.107
2º Hyundai HB20 86.455
3º Fiat Argo 84.644
4º Jeep Renegade 73.913
5º Chevrolet Onix 73.623
6º Jeep Compass 70.906
7º Fiat Toro 70.890
8º Volkswagen Gol 66.228
9º Fiat Mobi 65.847
10º Hyundai Creta 64.759

Fonte: Fenabrave

Distribuidores projetam com cautela

Já a Fenabrave, entidade que reúne os distribuidores de veículos, faz uma projeção conservadora para 2021, com alta de 5,2% para todo o setor este ano (leves e pesados), ante 10,57% de 2021 sobre 2020.
“Nossos estudos apontam para o crescimento de todos os segmentos automotivos. Mas, é claro que situações conjunturais podem afetar essas estimativas, considerando que a indústria ainda sofre com a falta de insumos e componentes eletrônicos, que estamos diante de uma economia ainda turbulenta e iniciando um ano em que teremos eleições, que costumam criar um cenário de incertezas”, afirmou José Maurício Andreta Júnior, presidente da Fenabrave, recém-eleito para o triênio 2022-2024.

Vendas de caminhões cresceram 43,5% em 2021 sobre 2020 e ajudaram na performance da indústria. Caminhão mais vendido foi modelo FH 540, da Volvo. Imagem: Volvo

*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo. E-mail: [email protected]