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Investimento em imóveis: como evitar os cinco erros mais comuns

em Negócios
quinta-feira, 09 de dezembro de 2021

O investimento imobiliário tem potencial para gerar retornos atraentes tanto para investidores iniciantes quanto para os mais experientes.

Sofia Gancedo (*)
 
Dados de uma pesquisa realizada pela Datastore, empresa de pesquisas para o setor imobiliário, mostram que mais de 14,5 milhões de famílias têm a intenção de adquirir um imóvel nos próximos 24 meses, o que reforça a tendência que indica que a valorização imobiliária continuará em alta neste segundo semestre.

De fato, os imóveis tendem a ser uma estratégia de investimento estável e consistente, que tradicionalmente superou os mercados de ações e títulos no longo prazo. Porém, como em qualquer tipo de investimento, há riscos envolvidos e erros que são fáceis de serem cometidos. Por isso, para se beneficiar com o investimento, é preciso analisar com cautela todas as variáveis e se equipar com ferramentas e análises de referência.

Como toda renda variável, os rendimentos do fundo imobiliário não são previsíveis e a aplicação pode apresentar rentabilidade negativa durante alguns períodos. Ou seja, não há como escapar do fato de que investir em imóveis pode ser complexo. No entanto, as chances de sucesso serão significativamente maiores se for possível evitar alguns dos erros comuns, destacados a seguir.

Não realizar pesquisas
Pode parecer uma simplificação exagerada, mas se investir fosse fácil, todos o fariam. Embora algumas plataformas digitais estejam tornando mais simples o acesso a essa classe de ativos, isso não significa que esforços não são necessários. A pesquisa é uma parte crítica do sucesso em investimentos, e não fazer o suficiente é um dos erros mais comuns e graves que as pessoas cometem por diversos motivos. O desafio comum de equilibrar compromissos familiares e profissionais, por exemplo, pode comprometer o tempo necessário para que seja feita a devida diligência. No entanto, a pesquisa garante que se tenha acesso a propriedades em mercados fortes, inclusive no exterior, minimizando o risco e maximizando sua chance de retornos regulares.

Não diversificar o suficiente
No mundo dos investimentos, a diversificação protege os investidores de ficarem muito expostos aos riscos do setor imobiliário. Ao concentrar todos seus ativos em prédios de escritórios em uma cidade específica, por exemplo, um evento imprevisto, tal como uma recessão, pode ter um desastroso impacto negativo. Assim, investir em diferentes setores, classes de ativos, localizações e moedas ajuda a distribuir o risco e abre espaço para mais oportunidades de lucro. É possível contratar consultores e ter acesso a mercados locais e internacionais, garantindo outras fontes de renda.

Ir além do limite
Assim como deixar de fazer pesquisas suficientes, comprometer parte considerável dos ativos muito cedo é outro erro comum. Para ser bem-sucedido com investimentos imobiliários, é preciso equilibrar riscos e responsabilidades com recompensa potencial, mas essa é uma habilidade que precisa ser aprendida. Para desenvolvê-la, o melhor é começar aos poucos e progredir em etapas. A pior consequência da pressa é acabar com grandes dívidas ou uma carteira com muitos ativos de risco.

Esperar resultados rápidos
O investimento imobiliário é historicamente mais estável do que outros tipos de investimento, pois costuma ser abordado com uma perspectiva de médio ou longo prazo. Embora os  retornos  não sejam visíveis tão rapidamente quanto em um investimento mais volátil, de alto risco e alto retorno, é muito mais provável que os retornos regulares e estáveis sejam conquistados por um período mais longo. Em última análise, os imóveis constituem a opção ideal para investidores que podem esperar alguns anos para crescer, visando lucros mais consistentes.

Não compreender suas metas
Ter uma visão de longo prazo é importante não apenas para entender como os investimentos geram valor, mas também para definir metas financeiras eficazes e garantir que a estratégia de investimento esteja em conformidade com as expectativas de retorno. Investir em imóveis é uma escolha certa para quem procura acumular fundos para a aposentadoria ou outras metas de longo prazo. Contudo, pode não ser a opção adequada para financiar objetivos financeiros de curto prazo. Por isso, as escolhas de investimento precisam estar vinculadas aos objetivos de vida do investidor, não o contrário.

Na jornada de investimentos, todo ativo que gera uma renda variável está exposto a desafios, mas esses obstáculos significam que a segurança da aplicação esteja em risco. Os fundos imobiliários, em particular, são considerados aplicações seguras no médio e longo prazo e, com metas bem definidas. Outra opção, para quem já dispõe de uma boa reserva, é a compra de propriedades acabadas em mercados desenvolvidos, como Chicago, Lisboa e Barcelona, por exemplo, com potencial para gerar receitas com aluguel e que possam ser usadas nos períodos de férias. Com a devida atenção aos pontos acima, é possível trilhar um caminho de sucesso lucrativo.
 
(*) É COO da Bricksave e licenciada em Administração de Empresas pela Universidade de San Andrés e mestre em Economia pela Eseade.