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Meta abandona o reconhecimento facial

em Tecnologia
quinta-feira, 04 de novembro de 2021

A big tech Meta, até recentemente chamada Facebook, anunciou que vai deixar de usar a tecnologia de reconhecimento facial nas “próximas semanas” – é importante lembrar que Meta agora é o nome da empresa, que tem produtos como WhatsApp, Instagram e o próprio Facebook, que continua com esse nome.

Vivaldo José Breternitz (*)

A empresa informou que vai deletar os dados que permitiam o reconhecimento facial de mais de um bilhão de pessoas e que tomou essa decisão em função das preocupações crescentes sobre o uso do reconhecimento facial, incluindo incertezas acerca da regulamentação do uso da da tecnologia.

A Meta diz acreditar que o reconhecimento facial pode ser útil em algumas situações, como por exemplo para permitir acesso a determinados locais, físicos ou virtuais, mas que o cenário, como um todo, levou-a a abandonar, ao menos por enquanto, o uso da tecnologia. Essa também é nossa opinião: é uma ferramenta importante, desde que usada de forma muito segura.

A empresa vinha sofrendo pressões, inclusive tendo pago US$ 650 milhões para encerrar um processo iniciado em 2015 nos Estados Unidos, em que foi acusada de violação da privacidade com o uso do reconhecimento facial. Vários governos, desde estados americanos até a União Europeia, já aprovaram ou estão discutindo o banimento do uso dessa tecnologia, deixando uma mensagem clara: sistemas abrangentes de reconhecimento facial não são bem-vindos.

Mas a Meta não está sozinha: a Amazon suspendeu o uso, por tempo indeterminado, de sua plataforma Rekognition e o Google deixou de vender tecnologia de reconhecimento facial em 2018, em função de pressões similares.

Este parece ser mais um movimento da Meta no sentido de melhorar sua reputação, que anda em baixa.

(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor do Programa de Mestrado Profissional em Computação Aplicada da Universidade Presbiteriana Mackenzie. .