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Via Digital Motors

em Via Digital Motors
quarta-feira, 03 de novembro de 2021

Lucia Camargo Nunes (*)

Alta demanda, baixa oferta

Um mercado com potencial para consumir 800 mil carros por ano está se preparando para encerrar 2021 com menos da metade disso. Este é o cenário desenhado pela Abla, a associação que representa as locadoras do Brasil. A expectativa é de emplacar 380 mil veículos este ano, ante 620 mil de 2019 e 360 mil em 2020.
Não à toa, seu presidente Paulo Miguel Júnior aponta que o setor automotivo vive um “momento de exceção”. Por causa da crise dos semicondutores e tantas paralisações de fábricas, as montadoras não aceitam mais pedidos e com isso as locadoras não conseguem renovar suas frotas.
Entre as consequências, além da dificuldade em atender clientes, há um aumento da idade média dos veículos – de 14 a 15 meses antes da pandemia passou para 23 meses.
“Há prazos de 240 a 300 dias para a entrega dos veículos já solicitados e tem locadora pequena que fez pedido de dez carros em dezembro do ano passado e até agora não recebeu”, disse Miguel Júnior.

Paulo Miguel Jr. Imagem: Abla

O que esperar

Sem querer fazer projeções para 2022, a Abla não crê na recuperação, já que a crise de componentes deve se estender para o próximo ano.
Entre os segmentos que alugam carros, a associação estima uma recuperação em “V” do setor de turismo. No momento, a demanda está bem acima da oferta.
Situação inversa vivem os motoristas de aplicativo. Antes da pandemia eram 200 mil os veículos alugados. Em abril e maio de 2020 foi registrada uma retração de 80% na locação com forte retomada naquele segundo semestre. Esse reaquecimento, contudo, não se sustentou. Recentemente, a entidade registrou a devolução de 30 mil veículos em função dos preços dos combustíveis.
Com 11 mil locadoras pelo país, a frota total hoje é de 1,070 milhão de automóveis e comerciais leves e a montadora que mais vendeu para locadoras em 2021 (até setembro) foi a Fiat, com 105.344 autoveículos.

Flua! amplia portfólio

O programa de assinaturas da Stellantis, chamado Flua!, acaba de ampliar seu portfólio com o novo Jeep Commander, SUV de 7 lugares, nas versões Limited e Overland. Com franquia de 500 km em 24 meses, o Commander tem mensais a partir de R$ 5.399.
Em julho passado, o Flua! Foi expandido para 16 estados, contemplando 32 cidades brasileiras com 112 unidades, sendo 59 concessionárias Fiat e 53 concessionárias Jeep. O projeto-piloto havia sido desenvolvido em São Paulo e Paraná.
O portfólio para assinatura inclui 10 modelos, sendo sete Fiat (Mobi, Argo, Nova Strada, Toro, Cronos, Fiorino e Ducato) e três Jeep (Renegade, Compass e Commander).

Jeep Commander Overland. Imagem: Stellantis

Por um ar menos poluído

Ao celebrar 30 anos de produção de catalisadores no Brasil, a multinacional belga Umicore contabiliza mais de 55 milhões unidades fabricadas em Americana (SP), para o mercado local e exportação a outros continentes.
Os catalisadores são responsáveis por transformar 98% dos gases tóxicos da combustão dos combustíveis em gases inofensivos. “A Umicore continua na vanguarda e desenvolve novas tecnologias para cumprir sua missão. Continuaremos nossas parcerias com nossos clientes e os apoiaremos ainda mais na adesão a normas de emissão cada vez mais rigorosas”, afirmou Stephan Blumrich, vice-presidente e diretor da Umicore.
Até 1991, os veículos brasileiros saíam das linhas de produção sem catalisador, o que passou a ser obrigatório a partir de 1997, por determinação do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve).

Umicore – Americana. Imagem: Umicore

Caminhão peso pesado

A Mercedes-Benz investe em um restrito e potencial terreno ao lançar seu modelo 8×4 fora de estrada Arocs. Trata-se de um caminhão com capacidade de 58 toneladas para atuar em operações de mineração, construção pesada e também canavieira, produzido em São Bernardo do Campo (SP).
A fabricante investiu R$ 300 milhões entre seu desenvolvimento e adaptações da planta – uma fração de seu ciclo de investimentos até 2022 de R$ 2,4 bilhões. O Arocs, que já recebeu 200 pedidos, custa R$ 1,1 milhão. Para 2022, a montadora espera entregar 1 mil unidades.

Mercedes-Benz Arocs. Imagem: Mercedes-Benz

(*) – É economista e jornalista especializada no setor automotivo. E-mail: [email protected]