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A experiência do colaborador como peça fundamental no crescimento da empresa

em Destaques
quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Igor Vazzoler (*)

Por muito tempo o conceito dominante em relação à satisfação no trabalho vinha da ideia de estabilidade no emprego, zelando-se por uma relação duradoura com a empresa. Mas com as mudanças comportamentais das novas gerações, atualmente encontramos um novo cenário do mercado, marcado principalmente pela busca do alinhamento entre os propósitos da empresa com os do colaborador.

E é aí que entra o grande desafio das organizações: atrair e reter profissionais tão qualificados a ponto deles escolherem trabalhar ali – e não mais o contrário. Segundo pesquisa feita pela Deloitte, quem trabalha com paixão exibe três comportamentos: desejo de causar impacto no mercado que atua, busca desafios para melhorar seu desempenho e luta para construir relacionamentos. Uma forma para garantir esse engajamento é através da comunicação interna e do endomarketing.

Em seu livro “A Experiência do Colaborador – Da atração à retenção: como o Endomarketing pode tornar única cada etapa da Jornada do Colaborador”, Analisa de Medeiros Brum, uma das pioneiras dos estudos sobre endomarketing no Brasil, destaca a jornada do relacionamento com o colaborador à partir do momento de sua entrada. Sendo esta dividida em seis etapas:

Atração – Para a atração de bons profissionais, é muito importante dar atenção à forma com que os valores são construídos e mostrados para o público externo, o impacto do serviço/produto na comunidade e a transparência de informações em relação ao que se fala e faz. Nesta etapa, empresas que possuem uma estratégia de Branding bem elaborada e consolidada já saem na frente.

Recrutamento e Seleção – É importante que o primeiro contato entre o futuro colaborador e a empresa seja muito bem pensado. As primeiras impressões são as que ficam, portanto, ao receber um candidato para as vagas em aberto, estruture bem a entrevista, fale sobre a oportunidade, apresente a empresa e não esqueça do feedback ao final do processo, seja ele positivo ou não.

• Contratação – Ao contratar uma pessoa, é imprescindível que a empolgação da primeira semana permaneça por toda sua jornada, que está apenas começando na empresa. Assim como destaca Analisa, conquistar um novo emprego traz um sentimento de empolgação. O candidato – agora empregado – sente-se apreciado, digno de confiança e vislumbra novas oportunidades, ou seja, é o início de uma nova etapa de vida.

• Integração – Os primeiros dias de trabalho do novo colaborador é o que chamamos de período de onboarding, ou integração, que podem ser dias, semanas ou até meses, dependendo da empresa. Planejar corretamente esse momento, de forma estruturada, com apoio da liderança e com treinamentos bem elaborados, é fundamental para conquistar esse novo profissional e obter bons resultados no âmbito das novas contratações.

• Retenção – É muito comum em qualquer relacionamento que as coisas se tornem monótonas. O que era novidade se torna rotineiro, as qualidades que antes empolgavam agora já não surpreendem mais. Mas as empresas precisam ter em mente que o brilho no olhar do colaborador em fazer seu serviço precisa ser diário. E como manter acesa essa empolgação? Entre tantos elementos, cito dois essenciais: uma boa comunicação interna e o endomarketing!

• Desligamento – Quando um colaborador deixa a empresa, seja por quaisquer razões, é importante que o fim dessa troca de serviços seja amigável. Um desligamento conturbado afeta não só as partes envolvidas, como também as pessoas que têm proximidade e afeto pela pessoa que está deixando o emprego.

Para mostrar que a empresa respeita a pessoa que está sendo desligada ou que está se desligando, uma etapa difícil tanto para a empresa quanto para o colaborador, é importante que a empresa também tenha um processo pensado estrategicamente para o momento. Considerando o cenário que estamos vivendo, não posso deixar de mencionar que agora, mais do que nunca, o endomarketing e a comunicação interna são percebidos por muitas empresas como estratégias fundamentais nas organizações.

Ela se faz presente não só em momentos de emitir informes da alta cúpula ou divulgar notas do RH, mas compõe um processo muito mais estratégico para fazer o colaborador vivenciar o propósito corporativo e ter uma experiência positiva, da qual se orgulhe.

(*) – Engenheiro eletricista pela UFSC, com MBA em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas, é o fundador e CEO da Progic (www.progic.com.br).