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Google lança mais um cabo submarino

em Tecnologia
quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Vivaldo José Breternitz (*)

Pode parecer paradoxal, mas uma tecnologia que entrou em operação comercial em 1866, vem ganhando cada vez mais importância nestes tempos de internet.
Trata-se do cabo submarino, que naquele ano passou a ligar os Estados Unidos e a Europa, transmitindo mensagens telegráficas.

Agora, em tempos de internet, dado o imenso volume de dados que precisa ser transmitido, novos cabos vêm sendo continuamente lançados, pois são uma alternativa viável dos pontos de vista técnico e comercial, substituindo a transmissão de dados via satélite, com menor capacidade e mais cara.

Empresas privadas, como o Google, estão nesse negócio: seu mais novo cabo submarino chegou ao Reino Unido, conectando Nova York a Bude, Inglaterra; o cabo já havia chegado a Bilbao, Espanha, no início deste mês. Sua extensão é de quase sete mil quilômetros; trata-se de um cabo de nova geração, projetado para enviar até 350 terabytes de dados por segundo, devendo estar totalmente funcional no próximo ano.

O cabo leva o nome da pioneira da computação Grace Hopper (1906-1992), que entre outras coisas, esteve envolvida na criação do Fortran e do Cobol; foi tão importante nessa área que a Marinha dos Estados Unidos, da qual era almirante, deu seu nome a um navio. Este não é o único novo cabo submarino do Google.

No início deste ano, a empresa anunciou o cabo Firmina, que se estenderá da costa leste dos Estados Unidos até Brasil, Uruguai e Argentina, e deve entrar em operação em 2023. Esse cabo leva o nome de uma brasileira pouco conhecida, a escritora e abolicionista maranhense Maria Firmina dos Reis (1822-1917).

Recentemente, o Google anunciou o lançamento de mais dois novos cabos: o Blue, ligando Itália, França Grécia e Israel, e o Raman, conectando Jordânia, Arabia Saudita, Djibuti, Oman e Índia. Os novos cabos adicionam mais capacidade e resiliência à rede do Google, capacitando-a a suportar melhor não apenas os serviços tradicionais de internet, mas também a computação em nuvem, que vem crescendo a taxas elevadas.

(*) – Doutor em Ciências pela USP, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.