Uma fóssil bem preservado na China pode fazer uma grande mudança no que se sabe sobre a evolução humana. Pesquisadores analisaram um crânio quase completo de uma nova espécie, batizada de Homo longi, mas que vem sendo chamada de “homem dragão”, no sítio de Harbin. O crânio havia sido encontrado na década de 1930, mas estava “escondido” dos pesquisadores internacionais e só agora foi analisado.
As informações sobre o achado foram publicadas na sexta-feira (25) na revista “The Innovation” e mostram três estudos coordenados pela Academia de Ciências da China e do Museu de História Natural de Londres. Segundo os cientistas, o “homem dragão” viveu há cerca de 146 mil de anos e pode ser o “parente mais próximo” do Homo sapiens, “roubando” o lugar que os pesquisadores dão para o Homo neanderthalensis (o neandertal).
Eles ainda não descartam que as três espécies possam ter convivido no mesmo período de tempo. “O fóssil de Harbin é um dos fósseis de crânio humano mais completos do mundo. Esse fóssil preserva muitos detalhes morfológicos que são críticos para entender a evolução do Homo genus e a origem do Homo sapiens”, disse Qiang Li, um dos autores, à revista científica.
Ainda conforme os pesquisadores, as características, em um primeiro olhar, são muito semelhantes aos “homens modernos’, mas tem alguns detalhes bastante diferentes como uma boca muito mais larga, órbitas oculares maiores e quase quadradas e dentes grandes.
Eles acreditam que o crânio pertenceu a um exemplar do sexo masculino, de cerca de 50 anos. Essa é a segunda grande descoberta em termos evolutivos nas últimas 48 horas. Na quinta-feira (24), pesquisadores israelenses informaram ter localizado restos mortais de um neandertal que tinha características próprias da espécie e de linhagens Homo arcaicas. É a primeira vez que ossos do tipo são localizados fora da Europa (ANSA).