Rafael Jakubowski (*)
Criar proximidade com o consumidor, reforçar o branding, analisar o comportamento do cliente e, por meio dele, desenvolver novas soluções são apenas algumas das vantagens que podem ser alcançadas pelas indústrias ao investir no e-commerce como canal de vendas.
Se levarmos em conta que esse é um dos canais de vendas que mais cresce em todo o mundo, ano a ano, as indústrias não devem perder tempo e precisam começar a adequar seus negócios visando a prática de um modelo inovador, ao qual chamo de B2B2C. Por este conceito, a indústria (B) tem seu próprio e-commerce e repassa as oportunidades de vendas às revendas parceiras (2B) para que estas possam efetivamente concretizá-las junto ao consumidor final (C).
O comércio eletrônico, porém, é visto como um desafio para quase 30% das indústrias brasileiras. Se pensarmos que 61% dos consumidores aumentaram o volume de compras pela internet no último ano, torna-se mais alarmante ainda o fato de que apenas 5% das indústrias estejam realmente preparadas para aproveitar ao máximo todas as oportunidades do ambiente digital, de acordo com um levantamento realizado pela PwC.
Implantar e estabelecer um canal de vendas pela internet a fim de facilitar, ao consumidor final, o acesso direto aos seus produtos é uma estratégia de negócios necessária. Ingressar no universo B2B2C pode representar um importante aumento no faturamento e significar o passo definitivo para o sucesso dessas companhias, visto que, apenas nos oito primeiros meses de 2020, o varejo digital cresceu 56% e a tendência é seguir em constante evolução.
A estratégia está, no entanto, em conciliar a abertura deste canal de vendas e o relacionamento direto com o consumidor sem perder as relações ou criar um conflito com as revendas, que foram e seguem como as grandes parceiras de negócios das indústrias até o momento. Uma saída interessante é utilizar o e-commerce não apenas como um canal de vendas para a indústria, mas como um gerador de oportunidades para os revendedores e, com isso, estreitar ainda mais o relacionamento com esses parceiros.
Posso exemplificar: se a revenda possui um determinado produto, que foi adquirido pelo consumidor por meio do e-commerce da indústria, disponível em estoque e está próximo da região onde a entrega deve ser realizada, por que não passar essa venda ao parceiro? Se nenhuma das revendas parceiras tiver o produto vendido à disposição do cliente, que mal há na própria indústria atender diretamente ao consumidor?
É interessante notar que ao operar de maneira integrada, indústria e revendas saem ganhando. É possível que ambas ampliem o volume de vendas, os consumidores possam ser atendidos de forma mais rápida e eficiente e as revendas ainda ganham a vantagem de enxergar uma série de oportunidades de negócio ao observar a demanda por determinados produtos, que podem não fazer parte do mix adquirido para a sua loja.
O e-commerce, definitivamente, é um canal de vendas estratégico e viável para as indústrias. Não apenas sob a ótica do aumento do faturamento, mas especialmente pelas oportunidades de negócios que podem surgir do meio digital. Pense sobre isso!
(*) – É CMO da Energy Connect, empresa especializada no desenvolvimento de soluções inovadoras em tecnologia, detentora do Sellerfy, solução que viabiliza a implantação do e-commerce.