A busca por uma jornada de trabalho com mais propósito traz uma série de benefícios para quem se arrisca, mesmo para aqueles sem experiência; Conheça dois cases de sucesso de jovens empreendedores que abriram seu próprio negócio antes dos 30 anos
Mark Zuckerberg é a figura executiva de maior importância nos tempos de hoje como um case de jovem de sucesso. Com apenas 20 anos ele criou o Facebook, fenômeno mundial de rede social que hoje soma bilhões em sua conta bancária. Sua imagem é bem interessante e foge do que estamos acostumados ver no mundo corporativo. Geralmente com trajes de moletom e jeans ele veio para mostrar que ter o próprio negócio pode ser conduzido de uma maneira mais leve e divertida.
Estudo da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) em 2018 apontou o crescimento do público jovem entre os novos empreendedores. De 2017 para 2018 a participação de pessoas de 18 a 24 anos subiu mais de 17%, considerando o número total de empreendedores.
Dados do Portal do Empreendedor, do Governo Federal, revelaram que nos nove primeiros meses de 2020 o número de microempreendedores individuais (MEIs) cresceu 14,8%, em comparação com o mesmo período de 2019, chegando a 10,9 milhões de registros. O setor representa 99% dos negócios privados e 30% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, pois são mais de 7,5 milhões de micro e pequenas empresas brasileiras.
Para os empreendedores de primeira viagem, o franchising torna-se a melhor opção para ter uma empresa. Entre as vantagens está em investir em uma marca já consolidada e com nome no mercado; suporte e treinamento para condução do negócio; setor em crescimento constante e, também por investir em algo já testado com menores chances de risco na operação.
Recentes dados divulgados pela ABF (Associação Brasileira de Franchising) apontaram que o setor de franquias manteve a recuperação no 4º trimestre de 2020, se aproximando dos níveis pré-Covid-19. O estudo mostra que o setor registrou uma receita apenas 1,8% menor no período, comparado ao 4º trimestre de 2019, que foi de R$ 54,966 bilhões para R$ 53,976 bilhões. No entanto, considerando o desempenho do ano todo, o impacto da pandemia foi maior, com o faturamento geral do setor recuando quase três anos, fechando 2020 com R$ 167,187 bilhões.
Empreender não tem faixa etária
“Empreender é sair da zona de conforto, é buscar novos desafios, novas oportunidades, é ser desafiado todos os dias pelas adversidades, mas acima de tudo empreender é concretizar sonhos e objetivos. Nunca é tarde para empreender e avaliamos que quanto mais cedo começar, mais experiência a pessoa desenvolve e acima de tudo, adquire muito conhecimento o que será levado por toda sua vida”. É assim que define Marcelo Salomão sobre ser um jovem empreendedor, e disso ele entende muito bem.
Salomão é diretor executivo da marca Gigatron Tecnologia, que nasceu em 1998, em Birigui, interior de São Paulo. Desde muito cedo o empresário sabia o que queria e lutou muito para alcançar o sucesso que é hoje nos negócios.
Nos últimos anos a faixa etária de investidores pela marca tem diminuído e ficado na casa dos 27 a 33 anos, o que mostra a busca dos jovens em abrir o próprio negócio. Essa faixa etária corresponde a 30% da rede atualmente.
“Hoje o perfil das pessoas que buscam empreender na Gigatron são pessoas que já estão no ramo de tecnologia/sistemas e procuram por negócios com soluções sólidas, que levam inovação ao cliente final e em adquirir todo um know-how de uma empresa que está há 22 anos no mercado de softwares. Além, é claro, do baixo valor de investimento e retorno rápido do capital”, avalia o diretor executivo.
Entre as maiores dificuldades encontradas pelo público jovem está a falta de experiência no mercado de trabalho, e até mesmo a falta de incentivo para motivá-los a ter o próprio negócio.
A Gigatron Tecnologia solicita investimento a partir de R$ 10.500 (sendo R$ 10 mil taxa de franquia + R$ 500 de capital de giro), além de ter faturamento bruto mensal de R$ 5 mil, com possibilidade de retorno do investimento estimado entre 1 e 12 meses.
Sem medo de arriscar
Felipe Marcelo Carreiro, de 30 anos, acredita que quanto mais jovem melhor para poder arriscar, acertar e errar, o que para ele é essencial passar por todas as etapas do processo para alcançar o sucesso.
Formado em 2013 em Gestão da Tecnologia da Informação e apaixonado pelo segmento de tecnologia, em 2017 ele abriu uma unidade da Gigatron em Botucatu (SP). A falta de visão e ambição do ex-chefe foram os maiores motivadores para abrir sua própria empresa. Com experiência em suporte de tecnologia ele uniu o útil ao agradável e hoje fatura cerca de R$ 11 mil por mês.
Mas é claro que nem tudo foram flores nesses quase quatro anos como empreendedor. Mesmo tendo experiência na parte técnica e operacional do negócio, Felipe encontrou dificuldades em algumas etapas essenciais do empreendedorismo, como finanças, marketing, gestão e vendas. “Fomos superando ao longo do tempo. Testando, errando, aprendendo, pedindo ajuda a outros empresários e vendo muitos vídeos no Youtube”, relembra o jovem franqueado.
Toda experiência adquirida ao longo dos últimos anos possibilitou ao jovem manter e passar por essa pandemia. “O Covid não mudou muito a nossa rotina, pois já trabalhávamos home office, mas impactou muitos dos nossos clientes. Diante disso, buscamos orientá-los para direção correta e quais soluções, dentro da nossa área, poderiam gerar melhores retornos”, finaliza Felipe.
Baixa estrutura
O Dot Bank – primeira fintech no formato de franquia no Brasil responsável pela gestão de dinheiro de terceiros – também registra um crescimento acentuado de jovens em busca de empreender. Dados apontados pela franquia revelaram que 59% dos seus franqueados estão na faixa etária entre 30 a 40 anos.
“Empreender é o sonho de muitos jovens, mas nem metade deles tem esse desejo realizado. Como tudo na vida, existem pontos positivos e negativos, o bom de começar a empreender antes dos 30 é a facilidade no meio da tecnologia e o fato de ter uma longa trajetória pela frente faz com que esses jovens empreendedores se arrisquem, sejam mais confiantes e inovadores. O apoio de alguém que já empreende na família pode servir de motivação para esse novo projeto a ser desenvolvido, além de toda a satisfação pessoal de ver algo seu tomando forma. Pessoas mais novas costumam absorver melhor as experiências vividas sejam elas positivas ou não”, avalia Amanda Pinatti, diretora de operações do Dot Bank.
Outra facilidade apontada pela diretora está nos modelos de negócios que ofereçam baixa estrutura, como o home office, por exemplo, que está em evidência nos últimos tempos.
“Nosso negócio tem agradado cada vez mais jovens empreendedores exatamente por ter um investimento acessível (R$ 5 mil), e estrutura baixa com a necessidade de apenas do uso de computador, internet e telefone”, finaliza Pinatti.
Sem medo de arriscar!
Stella Francisca Pereira, de 27 anos, é formada em Ciência da Computação e resolveu empreender em meio à pandemia. Em agosto do ano passado ela comprou uma operação da franquia Dot Bank para conduzir o negócio dentro da própria casa, em Guarulhos (SP).
A jovem adquiriu o novo negócio como uma renda extra, já que vem conciliando a franquia com o emprego de carteira assinada na área de Analista de Sistemas. Para ela, para ser um jovem empreendedor em um mercado competitivo é necessário muita persistência, ousadia, motivação e não se acomodar.
“Crise sempre iremos enfrentar! É preciso ter fé, além de se reinventar. Isso é sinal que algo precisa mudar, não podemos nos acomodar”, afirma a jovem que aposta em um bom atendimento para captar e fisgar o cliente, algo simples, mas tão necessário no mercado e que faz uma grande diferença no momento de vender um produto ou serviço.