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Conheça o projeto do Fundo Vale que busca soluções inteligentes para desafios ambientais

em Manchete Principal
domingo, 04 de abril de 2021

O Desafio Agroflorestal é fruto de uma parceria entre Fundo Vale, Reserva Natural Vale e da aceleradora de negócios Troposlab, para fortalecer negócios agroflorestais de impacto positivo como estratégia de desenvolvimento sustentável

Com o objetivo de impulsionar o ecossistema de negócios agroflorestais que gerem impactos socioambientais positivos, inovação e uma economia mais sustentável, o Fundo Vale e a Reserva Natural Vale, braços do investimento social privado nos temas de empreendedorismo de impacto, pesquisa científica e conservação florestal da Vale, em parceria com a Troposlab, empresa especializada em inovação, criaram o programa de aceleração Desafio Agroflorestal. 

A mineradora global Vale assumiu compromissos voluntários de sustentabilidade de forma a contribuir para a Agenda 2030 relacionada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas. Entre essas metas, está a de recuperar e proteger 500 mil hectares de áreas além das fronteiras da empresa, sendo, pelo menos, 100 mil hectares por meio de negócios de impacto socioambientais, com especial destaque para Sistemas Agroflorestais (SAFs). Destinado a buscar soluções inovadoras em  Sistemas Agroflorestais (SAFs), por meio da aceleração, implantação e validação de Provas de Conceito (PoC) de modelos de negócios de impacto socioambiental, o Desafio Agroflorestal surgiu como uma contribuição adicional em resposta ao desafio de recuperação de áreas em grande escala. 

“O Desafio Agroflorestal buscou identificar soluções inovadoras para a expansão desses negócios de impacto, como foco na superação de desafios ou inovação nas áreas de: Logística, Novos modelos de negócio, Comercialização, Processo produtivo e Instrumentos financeiros. Por isso, negócios e empreendedores que estão buscando parcerias para aceleração devem ter clareza do quanto a solução oferecida pode contribuir com os desafios atuais, principalmente aqueles que contribuem para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. É importante que as startups possam refinar a POC (Prova de Conceito) considerando as características do produto/serviço e a integração de retorno financeiro com o impacto socioambiental positivo que será gerado, e que estejam em busca de escalar sua solução no mercado” afirma Juliana Vilhena, responsável por Mensuração de Impacto e Inovação Socioambiental do Fundo Vale e coordenadora do Desafio Agroflorestal. 

Desde o início do programa, em 2019, os realizadores tinham como premissa a co-construção junto com os atores dos ecossistemas de inovação, SAFs e negócios de impacto para incorporar os diversos olhares e ideias. Dessa forma, o Desafio Agroflorestal foi dividido em várias fases, desde a definição dos desafios apresentados até a fase de aceleração. De 69 inscrições vindas do Brasil inteiro, para o Bootcamp ou pré aceleração, foram selecionadas 15 iniciativas mais aderentes à proposta do programa e com maior potencial de geração de impacto e por fim, 6 dessas chegaram à fase de aceleração. Nessa etapa, foi possível realizar mais de 100 conexões com desenvolvimento de parcerias e potenciais investimentos, reforçando a importância de criação de um pipeline de negócios sustentáveis, escaláveis e que podem contribuir significativamente para a agenda de recuperação de áreas degradadas no Brasil. 

De acordo com Pedro Teixeira, Sócio Fundador e Diretor de Aceleração da Troposlab, o objetivo do programa é ajudar na formação de negócios que colocam na mesma balança seus resultados financeiros e seus resultados de impacto. “Esse programa entra como uma primeira ação de conhecer e fomentar esse tipo de negócio no setor, a longo prazo existem duas frentes de atuação: fortalecer ainda mais os negócios selecionados e acelerados nessa edição, ajudando-os a crescer, ampliar em outras edições e/ou outras iniciativas, ainda mais negócios, tornando esse movimento perene e sustentável”, analisa.

Como resultados principais, foram identificadas 10 startups com soluções em Inteligência Artificial (IA), IoT e Blockchain para a sustentabilidade e 39 projetos sinérgicos com o Fundo Vale e Reserva Fundo Vale foram selecionados. Além disso, o programa contou com 25 mentores(as), mais de 80 conexões realizadas, cerca de 140 horas de mentoria, 6 parcerias de desenvolvimento e 2 potenciais investimentos no estágio de pré aceleração.

Os resultados do programa continuam sendo colhidos. Dos negócios acelerados pelo Desafio Agroflorestal, um deles já recebeu investimentos financeiros para seu crescimento:  a INOCAS. Atualmente, a startup agroflorestal compõe o portfólio de negócios que o Fundo Vale está investindo para alcançar a escala desejada de recuperação florestal, sendo resultado direto do Desafio Agroflorestal. Enquanto a Cumbaru (ex- Sistemas Integrados) recebeu apoio na modelagem financeira e definição do modelo de negócio, via Belterra (outro negócio agroflorestal incubado pelo Fundo Vale).

O impacto positivo do Desafio Agroflorestal

O projeto procurou reunir os melhores atores do ecossistema de inovação e negócios de impacto que pudessem trazer soluções para os desafios apresentados. Assim, foi possível desenvolver novas parcerias de negócios e se aproximar ainda mais do ecossistema de inovação e SAF. As iniciativas aceleradas possuem grande potencial de gerar impacto positivo para as comunidades locais, cadeias produtivas da floresta e desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, ajudando no combate ao aquecimento global.

Para Teixeira, o Desafio Agroflorestal possibilitou que todos os seus realizadores enxergassem de forma mais profunda o potencial do ecossistema inovador de negócios socioambientais e, com isso, dar inputs relevantes aos desafios de sustentabilidade, não apenas dentro das organizações, mas também nas agendas globais como os ODS, com foco numa economia mais verde e sustentável, de alto impacto positivo ambiental e social. 

As iniciativas aceleradas podem, por exemplo, gerar impactos como o aumento da produtividade por hectare, a geração de renda para agricultores familiares e comunidades tradicionais, o desenvolvimento de cadeias produtivas, a valorização dos produtos da biodiversidade, contribuindo significativamente com a recuperação de áreas degradadas. Ao ampliarem sua escala, aumentam as parcerias locais, o desenvolvimento de cadeias produtivas e a valorização dos produtos da biodiversidade. Também aumentam a produção e manejo sustentável, melhoram os serviços ecossistêmicos e regeneração do solo, contribuindo significativamente com a recuperação de áreas degradadas. 

Os sistemas agroflorestais também contribuem com o sequestro de carbono (CO2) e, consequentemente, combatem o aquecimento global, endereçando o principal desafio climático brasileiro de gerar impacto socioeconômico local e trazer ganhos para os serviços ecossistêmicos, pauta da agenda ESG (Enviromental, Social and Governance).