Leandro Gotz (*)
Todos podem estar no ambiente online, seja em plataformas digitais ou em outros canais.
Se adaptar ao novo e estar preparado para as transformações tecnológicas que estão ocorrendo no setor de serviços já não eram tarefas simples no período de pré-pandemia. Agora, com a chegada da crise financeira, os fornecedores, principalmente os autônomos, têm um grande desafio pela frente: encontrar formas de continuar atraindo clientes para gerar renda durante este momento de instabilidade econômica. Missão impossível, certo? Quase!
De acordo com dados do Portal do Empreendedor do Governo Federal, em 31 agosto de 2020 o número de microempreendedores individuais (MEIs) passou dos 10,6 milhões de cadastros. Essa é apenas uma das alternativas que muitas pessoas têm encontrado para continuar prestando os mais diversos serviços durante a pandemia. Com o CNPJ, os profissionais autônomos conseguem atuar de forma mais segura e até negociar com outras empresas que exigem a emissão de nota fiscal.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também aponta que o setor de serviços cresceu 5% em junho, em comparação com maio. Apesar de não ser uma retomada aos níveis correspondentes ao pré-pandemia, esse aumento é positivo e bem-vindo, mostrando que o segmento está tentando se adaptar ao novo cenário, mesmo que não esteja bem definido.
Ainda que a tal da reinvenção seja difícil para muitos profissionais durante esse período de crise, independente do segmento de atuação essa criação de mais oportunidades passa pela entrada no ambiente digital, uma vez que o isolamento social acelerou esse processo de digitalização dos consumidores, já em curso no pré-pandemia e sem volta.
A boa notícia é que a internet é um espaço democrático, barato e rápido, por isso permite que os trabalhadores informais ampliem a divulgação dos próprios serviços para uma parcela maior de clientes, que dificilmente alcançariam apenas no velho boca a boca. De marido de aluguel ao terapeuta, todos podem estar no ambiente online, seja em plataformas digitais ou em outros canais.
Os recursos e ferramentas tecnológicas para se adaptar rapidamente e migrar do mundo offline para on são muitas. Entretanto, muitas das características exigidas de um profissional para fechar um negócio pessoalmente continuam sendo relevantes no cenário digital. Prestar um serviço excelente, atender bem, saber negociar e vender, além de ter bom relacionamento interpessoal, continuam sendo fatores-chave para os profissionais gerarem renda.
Como essa transformação digital está só no começo, os profissionais que conseguirem se adaptar rapidamente não vão aproveitar somente as oportunidades do momento atual, como também estarão até mais preparados para atuar no cenário pós-pandemia e maximizar ainda mais os ganhos futuros. Logo, se adaptar ao uso da tecnologia para ofertar serviços é o primeiro passo para se reinventar na crise.
(*) – É CEO do Helpie, plataforma digital que conecta consumidores e fornecedores de serviços de qualquer natureza por meio de web e aplicativos móveis.