Odivan Carlos Cargnin (*)
Para alguns empreendedores, solicitar um cartão de crédito/débito ou pedir um empréstimo é perder um tempo precioso.
Para romper este paradigma existem as fintechs. São empresas inovadoras que se utilizam dos recursos tecnológicos para aprimorar os serviços financeiros a fim de proporcionar uma experiência melhor para os clientes. Um exemplo que a maioria conhece é o Nubank. Por meio de um aplicativo você consegue abrir sua conta, solicitar um cartão de crédito, fazer empréstimo, enfim, diversas transações financeiras podem ser realizadas com apenas alguns cliques no seu celular.
Entre os benefícios de uma fintech estão os serviços que os bancos tradicionais disponibilizam, porém com processos automatizados. Isso significa que as empresas enfrentam uma menor burocracia na hora de emitir boleto, controlar contas etc. Além disso, com o uso da tecnologia, uma fintech proporciona uma experiência diferenciada aos clientes que precisam de serviços financeiros. Por ser um ambiente totalmente digital é possível ter mais agilidade e produtividade no seu dia a dia, sem precisar ir até uma agência física.
A cereja do bolo é que elas não cobram muitas das taxas que os bancos tradicionais cobram, como taxa de TED e cartão de crédito sem anuidade, por exemplo. As fintechs têm desenvolvido um papel fundamental no mercado brasileiro, simplificam os serviços, diminuem a carga burocrática e estimulam os empreendedores a abrirem o seu negócio, podendo focar no que realmente importa para o seu negócio. Mas os bancos fazem a diferença dependendo da complexidade do serviço financeiro.
Talvez as fintechs não consigam entregar da mesma forma que um banco tradicional ou ainda não ofereçam o serviço demandado pelo cliente. Os bancos têm uma gama de serviços e uma experiência enorme em determinadas áreas. Eles tendem a cobrar mais caro por determinados serviços, por outro lado tem envergadura para oferecer serviços bem mais complexos aos clientes. A diferença entre fintech e bancos digitais é a solução para o cliente.
Uma fintech oferece soluções financeiras com o uso da tecnologia. O banco digital tem o mesmo propósito, é um serviço bancário que funciona digitalmente e que não possuem atendimento físico, portanto é um tipo de fintech, uma categoria. Para uma fintech é natural que a cultura seja moldada a esses novos tempos digitais. Para os bancos tradicionais muitas vezes é mais fácil criar um banco digital para separar das operações tradicionais.
Assim é possível construir a cultura do zero, semelhante ao que as fintechs fazem e utilizando toda a experiência obtida ao longo dos anos. Em um futuro muito próximo as fintechs e os bancos tradicionais certamente vão se encontrar, um novo formato de serviços financeiros surgirá com os melhores benefícios desses dois mundos. Por enquanto, o empreendedor precisa avaliar a complexidade das suas operações financeiras e escolher qual dos dois sistemas melhor o atende.
Para empresas menores, sem muita complexidade e sem demanda de serviços financeiros sofisticados as fintechs ou Bancos Digitais podem ser uma alternativa muito interessante, mais fáceis de utilizar e com menores custos. Para empresas maiores, com necessidade de serviços financeiros sofisticados, talvez seja melhor os bancos tradicionais. Mas ainda assim vale a pena pesquisar entre os bancos e negociar bem as taxas cobradas.
Fique de olho porque em breve teremos mais um aliado no mundo dos serviços financeiros: o Open Banking. O Banco Central do Brasil prevê implementar o Open Banking em fases, durante o ano de 2021. Com o Open Banking os bancos poderão acessar informações dos clientes em outras instituições e oferecer produtos melhores e mais baratos, aumentando a competição.
(*) – É Co-Fundador da Razonet Contabilidade Digital e Diretor de Administração Finanças e Relações com Investidores da Irani Papel e Embalagem S.A.