Geison Correa (*)
Depois de muita tensão e readaptação aos novos tempos, muitos bares, restaurantes e lanchonetes de todo o país voltaram a atender seus clientes presencialmente, seguindo o plano de flexibilização de cada cidade. Essa abertura, sem dúvida, foi ansiosamente esperada pelos empresários do setor de foodservice, porém, foi necessário um plano de adequação a essa realidade.
Mudança de espaços com redução da ocupação máxima e distanciamento maior entre as mesas, atendimento restrito apenas para clientes sentados, uso obrigatório de máscaras por todos, treinamentos especializados às equipes para receber os consumidores de maneira segura e disponibilização de álcool em gel estão entre as medidas que tiveram que ser tomadas para garantir a saúde de todos.
Com esse cenário, as startups com soluções para esse setor ganharam ainda mais espaço, não só para ajudar com a questão logística (no delivery, que vem crescendo exponencialmente desde março), mas em outros aspectos do funcionamento desses estabelecimentos, evitando qualquer tipo de contaminação. As foodtechs já vinham em um ritmo acelerado de crescimento, antes mesmo da pandemia.
Segundo o The Food Tech Matters, instituição britânica que busca conectar empreendedores do setor com companhias, aceleradoras, investidores e outros players, a expectativa é que esse mercado atinja um valor global de £196 bilhões em 2022, o equivalente a aproximadamente R$ 980 bilhões.
Entre as soluções oferecidas por essas empresas e que se apresentam fazendo a diferença está o desenvolvimento de cardápios digitais, que assumem o lugar dos tradicionais que podem ser contaminados pelo vírus; pagamentos sem toque por meio do uso do QR Code e de carteiras digitais que são disponibilizadas em aplicativos e que permitem a realização de transações com segurança, entre outras inovações.
As ferramentas fornecidas por essas empresas também auxiliam na manutenção do relacionamento virtual com seus clientes de maneira próxima, seja por meio de chatbots, aplicativos de conversa profissional e/ou das redes sociais. Nesse aspecto, é importante utilizar corretamente a tecnologia a seu favor e estar sempre disposto a atender as dúvidas, mantendo seus consumidores e o mercado informados sobre o funcionamento do local.
A palavra de ordem (ainda) é cautela. Por mais que seja maravilhoso ver o estabelecimento cheio de gente, o essencial é não descuidar, em nenhum momento, dessas regras e imposições. Afinal, os prejuízos para imagem da sua marca serão maiores que qualquer lucro.
(*) – É CEO e co-fundador da GrandChef, foodtech especializada na gestão de restaurantes, bares e similares, responsável pelos softwares homônimos em versões desktop e nuvem (www.grandchef.com.br).