Odilon Almeida (*)
Os mercados financeiro e de capitais podem ser considerados dos jogos de maior risco.
Em um período de tantas incertezas pelo qual a humanidade passa, mitigar riscos diante de operações complexas e dinâmicas que envolvem grandes somas é questão de sobrevivência.
E, se é consenso que o grande patrimônio deste século são os dados, a disponibilidade dos mesmos bem como a capacidade de análise para suportar as decisões de negócios nos momentos adequados são essenciais para garantir a sobrevivência. O crescimento exponencial do volume de dados transacionais entre as instituições financeiras configura o cenário característico do Big Data que não para de aumentar em proporções gigantescas a todo instante.
O processamento de informações em tempo real alinhado às necessidades de operações de analíticos avançados, machine learning e inteligência artificial são alguns dos recursos que definem como os gestores e a área de tecnologia posicionarão suas companhias para suportar as demandas previstas e as inesperadas com a máxima competitividade possível.
Essas abordagens tecnológicas auxiliam a tomada de decisões críticas para o negócio, que precisam ser rápidas e ágeis. Caso contrário, não será possível suportar a interação com um cliente em tempo real ou uma avaliação de crédito ou buscar posições rentáveis e seguras no mercado de capitais, por exemplo.
Com a digitalização dos processos e o aumento exponencial das informações relevantes para a tomada de decisão, as organizações necessitam ser capazes de utilizar, processar e analisar prontamente todas as informações disponíveis conforme os requerimentos dos negócios. As incertezas do novo normal, a necessidade de digitalização dos processos, a volatilidade no mercado de capitais, as implementações do open banking e do PIX estão criando um cenário de negócios para o setor financeiro onde o dinamismo e a agilidade das organizações na resposta serão fundamentais.
Cada vez mais as interfaces utilizadas pelos clientes estão em Apps de dispositivos móveis, cuja infraestrutura de suporte para as aplicações tem de estar preparada para as novas exigências de clientes e do ecossistema. Um grande desafio enfrentado pelas novas soluções de pagamento é a escolha da tecnologia mais adequada para a realização da compensação e liquidação da operação.
Como as transações são executadas instantaneamente e à sua natureza irrevogável, a detecção precoce e o controle eficaz da fraude e as integrações com outras aplicações no momento da execução estão surgindo como desafios muito relevantes nesta área, tornando a tecnologia utilizada um fator primordial na sua implementação.
Acredito que o primeiro passo para as organizações acompanharem essa agitação é adotarem plataformas ágeis, inovadoras e flexíveis para a gestão e processamento de dados. Uma plataforma com essas características suporta a carga de trabalho das aplicações transacionais e analíticas. A capacidade de integrar dados de fontes heterogêneas em uma linguagem única, que possibilite a criação de aplicações inovadoras, faz toda a diferença nesse contexto.
É a ferramenta principal para suportar a verdadeira transformação digital – uma mudança dos processos de negócios alinhada às novas demandas. A plataforma de dados tem de ser uma solução de altíssima performance, ágil, escalável, disponível em qualquer ambiente (on-premisse/cloud/híbrida) e que proporcione uma arquitetura de aplicações desacopladas, o que permite total interoperabilidade dos serviços disponíveis no ambiente.
Sem isso, não será possível absorver satisfatoriamente a rotina imposta pelo modelo de open banking e seu requerimento para exposição de todos os serviços financeiros, além da contratação deles a partir de qualquer ponto de entrada – produtos e serviços de fintechs, por exemplo. Cada vez mais as áreas de TI, negócios e inovação, bem como as correlatas, terão que trabalhar de forma muito coesa e assertiva para responder às demandas no “time to market” apropriado.
Para que tudo isso aconteça, além de tudo o que falamos, será necessária muita criatividade. E o caminho se inicia na tecnologia que libere a capacidade humana para criar.
(*) – É executivo responsável pelo mercado financeiro na InterSystems no Brasil.