Ana Luiza Milan (*)
Planejamento, elaboração e execução. Essas são as grandes etapas acerca do gerenciamento e condução de projetos. Falando assim, é fácil ceder à noção de que cumprindo regras e preenchendo requisitos, não existirá qualquer margem de erro para que o planejamento falhe ou que as coisas caminhem de forma inesperada.
Entender a amplitude da unidade de negócios e as responsabilidades que o líder deve assumir é o primeiro passo a fim de estabelecer um terreno propício à efetivação de ideias teóricas. Essa discussão se estende à cultura interna e à eficiência operacional das equipes, componentes essenciais para o andamento de qualquer projeto.
Como o gestor deve se comportar? Qual é a real contribuição da inovação nesse sentido? São questões genuínas e que ilustram a importância de se refletir sobre o tema.
. – Sua empresa está preparada para garantir o andamento do projeto?
O projeto é mais que uma ideia, é uma oportunidade de mudar, alcançar novos ares e até potencializar a produtividade do negócio. Encará-lo como um gasto secundário ou desnecessário é flertar com uma morosidade extremamente prejudicial, ainda mais em tempos cuja transformação digital modificou a forma de se pensar produtos e serviços.
É função primordial do gerente de projetos identificar pontos de melhoria e readequar sua cultura organizacional à efetivação das novas metas. Indicar prioridades, direcionar procedimentos administrativos voltados para o objetivo final, garantir que os profissionais e colaboradores estejam alinhados sob uma perspectiva única, são exemplos práticos que facilitam a adesão processual; ou seja, abrem espaço para que o projeto não sofra com obstáculos internos.
. – Abraçar a inovação é acenar para um futuro promissor
É tentador manter-se em uma zona de conforto e evitar movimentações arriscadas. Além disso, trata-se de uma característica fundamentalmente humana. O próprio conceito de risco pode se mostrar um forte entrave psicológico para se tomar medidas inovadoras. É justamente nesse aspecto que o líder precisa assumir seu papel e utilizar a comunicação como método capaz de disseminar novas filosofias de trabalho, apontadas para um futuro repleto de possibilidades.
Em termos operacionais, a utilização de ferramentas tecnológicas, por sua vez, proporciona a consolidação de atividades seguras e simplificadas, diminuindo a ocorrência de falhas críticas, provocadas, majoritariamente, pela manipulação manual de informações e procedimentos padronizados. O reflexo do auxílio da máquina é a valorização das pessoas, que se antes acabavam ocupadas em tarefas exaustivas, agora terão disponibilidade para focar em atividades estratégicas e subjetivas. Essa centralização das atenções resulta em um engajamento muito maior, fator preponderante para a execução de um projeto.
. – Sustentação gerencial passa pela percepção da liderança
Durante o andamento de um projeto e o cumprimento das atividades previamente estabelecidas, o gestor irá se deparar com novas informações, condicionais, problemas, soluções, entre inúmeras variáveis compatíveis com a aplicação prática das ideias colocadas em pauta. Esperar que as coisas sempre caminhem dentro da expectativa e do planejamento estratégico, simplesmente não condiz com a complexidade desses processos.
Evidentemente, garantir a replicação do que se foi estruturado no plano de gerenciamento do projeto é uma finalidade básica e esperada, mas o líder, dotado de seu poder de decisão, não deve impedir o aprimoramento com base em erros e aprendizados. Em resumo, para se conquistar resultados satisfatórios, gerados diretamente pelos novos esforços da equipe envolvida no programa, o alerta para a necessidade de se adaptar precisa estar presente e atento à cada etapa acerca dos processos.
A preparação do terreno empresarial não é somente técnica, é mental. Com a base estrutural de suportes tecnológicos e sua eficiência operacional assegurada por uma cultura orientada à inovação, o potencial humano encontrará um campo aberto para atingir seu ápice estratégico, em prol de mais produtividade, engajamento e mobilização, três componentes obrigatórios para a realização de um projeto inclinado ao sucesso.
(*) – É cofundadora e Head de Projetos na Receiv, plataforma inteligente de contas a receber. Psicóloga, com especialização em Administração de RH (https://www.receiv.it/).