Marcelo Lorencin (*)
Não há dúvidas sobre o momento em que estamos vivendo.
A transformação que acontece no mundo e nos nossos negócios será marcada em toda a história da humanidade, tanto é que a chamamos de Revolução Digital ou Revolução 4.0. Este cenário vem sendo possível graças à evolução da tecnologia. Não importa o tipo de negócio, essa transformação vem sendo impulsionada pelo registro de dados que, diariamente, são imputados nas diversas plataformas digitais que nos rodeiam.
São esses dados que permitem às empresas monitorar atividades, perfis, eficiência, entender seus negócios e seus clientes com uma profundidade jamais vista. Além disso, torna-se possível enxergar outras oportunidades alavancadas pela ciência de dados, inteligência artificial e tantas outras tecnologias, todas embasadas em dados. O poder é imensurável, no entanto, traz riscos e oportunidades.
O próprio criador da Internet, Tim Berners-Lee, disse: “É difícil imaginar o poder que você terá quando tantos diferentes tipos de dados estiverem disponíveis”. O tema vem sendo debatido em governos, empresas e universidades ao redor mundo. Diante desse cenário, os dados coletados diariamente nas empresas podem trazer grandes oportunidades aos negócios, mas ao mesmo tempo acarreta grandes riscos no processo de transformação.
No ambiente empresarial há uma alta pressão por custos. Em qualquer negócio observamos clientes emponderados com exigência de qualidade, atendimento e personalização, novos modelos de remuneração, rapidez da inovação e evolução. Todos esses fatores criam um cenário propício à consolidação e à disrupção. Nesse contexto, vejo os dados e a tecnologia como grandes aliados das empresas.
Tanto na gestão de suas atividades, trazendo eficiência operacional, quanto na diferenciação da oferta de serviços cada vez mais rápidos, cômodos e personalizados, que são as tendências de consumo da era em que vivemos. Além destes benefícios, novos horizontes ainda serão explorados e potencializados com as tecnologias de analytics, inteligência artificial e outras.
Mesmo no meio deste cenário ainda exploratório, existem empresas não se atentando para este movimento e permitindo que a inteligência de seu negócio, bem como o seu petróleo do futuro – os dados – sejam entregues a outras corporações. Ter uma estratégia para a guarda, uso e compartilhamento deste grande ativo das organizações deve fazer parte das discussões, diretrizes e ações de gestão e governança.
Muitas vezes existe uma preocupação bem clara com a segurança de dados e dos resultados, o que é fundamental para a segurança do cliente, mas pouco se fala em segurança da inteligência dos negócios, ou até mesmo de um futuro diferencial nas organizações, o que faz com que a segurança dos negócios se torne vulnerável na era digital em que vivemos.
Por isso, precisamos pensar em como lidar com todas essas transformações e como elas irão impactar o dia a dia das empresas, dos negócios e, principalmente, das pessoas.
(*) – É CEO da Shift, empresa de TI voltada para medicina diagnóstica. e faz parte de um grupo de CEOs em Harvard, uma das mais conceituadas universidades do mundo, para uma imersão no Owner/President Management Program.