O projeto que regulamenta os jogos eletrônicos, conhecidos como e-sports, está longe de um consenso. Jogadores, times e empresas desenvolvedoras de games temem que a atual redação da proposta trave o crescimento do setor e isole o Brasil das competições internacionais. Eles se queixaram ontem (7) de não terem participado do processo de elaboração do projeto, apresentado pelo senador Roberto Rocha (PSDB-MA).
Durante a audiência pública na Comissão de Educação do Senado, eles argumentaram que os esportes eletrônicos não podem ser enquadrados como esportes “tradicionais” com futebol e vôlei. Outro problema é a exclusão de jogos considerados violentos dos esportes eletrônicos, o que acarretaria no não reconhecimento de atletas virtuais que disputam campeonatos baseados em games populares como Counter-Strike e Rainbow Six.
A proposta estava prestes a ser encaminhada para a Câmara, mas voltou ao debate na comissão a pedido da senadora Leila Barros (PSB-DF). Para ela, o debate deixou evidente que é possível aperfeiçoar a proposta. “Queremos dialogar com todos os players. Entendo que a gente tem uma preocupação legítima [em relação à violência], mas hoje entendemos a importância do mercado”, afirmou.
Mario Marconino, da Entertainment Software Association — organização que representa de 40 das maiores empresas de videogames do mundo — relatou como funciona a regulamentação dos esportes eletrônicos em outros países. “O e-sports é baseado em direitos de propriedade intelectual. Quem desenvolve aquilo tem o direito. É a forma de desenvolver e inovar. Não precisa de uma federação. Para que pensar em inserir no contexto de sistema nacional de esporte que todo mundo sabe que tem seus problemas?”, questionou (Ag.Senado).