Luiz Felipe Pateo (*)
Há um mês, mais precisamente entre os dias 5 e 8 de outubro, nós dos Empreendedores Compulsivos participamos ativamente, por mais um ano seguido, da Feira do Empreendedor SEBRAE aqui em São Paulo.
Durante os 4 dias do evento impactamos diretamente pouco mais de 2 mil pessoas com 3 atividades: uma palestra do fundador dos Compulsivos, Alessandro Saade, uma palestra minha e 12 seções de workshop (3 por dia) e que contamos com a colaboração e expertise de alguns dos membros dos Empreendedores Compulsivos.
Foi justamente nestes workshops, felizmente todos lotados, que confirmamos a importância da nossa vocação e nosso propósito:
“Nosso desafio é EDUCAR, DESAFIAR, EMPODERAR e TRANSFORMAR os empreendedores PME’s brasileiros por meio de experiências colaborativas e lúdicas, de alto impacto de forma presencial ou virtual. Usamos a educação como meio de transformar as pessoas, as empresas e o ambiente onde elas atuam.”
Dentre os mais de mil participantes destas seções, havia o mais variado perfil: gente que já tinha um negócio relativamente consolidado, que estava montando / planejando um negócio, gente que tinha um negócio há pouco tempo e ainda buscava pela consolidação e, por fim, gente que precisa urgentemente de uma nova fonte de renda e, por isso, queria entender um pouco desse tal de “empreendedorismo”.
Ao longo de uma hora de atividade, os participantes eram guiados a realizar duas das dez etapas da Jornada do Empreendedor Compulsivos, nossa metodologia de modelagem de negócios, criada há mais de 10 anos por nosso fundador em suas aulas de Pós- Graduação. (saiba mais em: jornada.compulsivos.org)
Uma das etapas trabalhadas, faz parte do primeiro dos cinco estágios da Jornada (Você) e que trata justamente do tripé da decisão de Empreender: Cabeça, Bolso e Coração.
Cabeça – é o seu lado racional. Aqui você deve refletir e responder as razões de querer empreender: para ter uma maior flexibilidade de horário, para buscar uma nova fonte de renda, para não ter chefe, para poder cuidar de familiares, etc.
Coração – é o seu lado emocional. Por que você escolheu empreender neste segmento específico? É porque você adora fazer doces ou cozinhar, porque tem um talento fantástico para desenhar roupas, porque apreendeu tudo que sabe de informática com seu pai, etc.
Bolso – É a junção da cabeça e do coração. É onde a conta tem que fechar. Ou seja, as razões racionais que me levam a empreender, somadas as razões emocionais do porque escolhi certo tipo de empreendimento (doceria, confecção, barbearia, consultoria….) são suficientes para gerar a receita que preciso para garantir o sustento de minha família. E se não são, o que posso fazer para que meu negócio gere mais resultado?
Sempre uso como exemplo o caso de uma senhora que atendemos em Teresina-PI. Ela uma jornalista de carreira consolidada, na casa de seus 50 anos, que precisava abandonar sua carreira para poder se dedicar à cuidar da saúde de sua mãe, acamada por causa de um quadro grave de Alzheimer e, para garantir seu sustento, resolveu empreender. Esta é a Cabeça, ou seja, o seu racional.
Como negócio, ela decidiu fazer bolos, tortas e doces para vender. E para isso, usaria um velho livro de receitas de sua mãe, que pertencera antes a sua avó. Ou seja, ela venderia e compartilharia delícias tradicionais de família. Este é o Coração, a razão emocional pela qual ela escolheu seu tipo e modelo de negócios.
Entendendo a Cabeça e o Coração desta senhora, seu negócio parecia fazer sentido e ser promissor. Porém, o Bolso não estava atingindo o objetivo necessário. As receitas geradas pelo negócio estavam aquém do esperado, consumindo reservas financeiras.
Através de uma mentoria de negócios, esta senhora pode fazer uma avaliação de seu cenário atual e entendeu o que poderia fazer para crescer suas vendas, tornar seu produto mais conhecido e rentabilizar o seu negócio. Hoje o negócio prospera e ela consegue garantir o seu sustento.
E você? Já parou para avaliar o tripé da decisão de seu negócio existente ou que planeja montar? Convido você a fazer este exercício e perceber como ele pode ser esclarecedor e lhe ajudar a minimizar alguns erros.
Digo minimizar, pois errar faz parte do processo de empreender. Comece rápido, erre pequeno, corrija logo e siga em frente.
#tenhacicatrizes
(*) CEO dos Empreendedores Compulsivos, com mais de 20 anos de experiência como executivo de marketing e vendas, palestrante, professor e consultor. Tem MBA em Gestão de Negócios pela FGV-SP, especialização em Marketing Digital pela The Wharton School e é bacharel em Comunicação Social pela ESPM. Siga-nos no Insta, Face e Linkedin: @empreendedorescompulsivos