Em qualquer segmento de atuação do varejo, o primeiro requisito para verificar se um trabalho de Trade Marketing está sendo bem executado é observar se os produtos estão bem posicionados nas prateleiras
Vinicius Boemeke (*)
O intuito principal desta área de atuação é evitar a ruptura (termo utilizado no varejo para situações onde o consumidor não acha o produto que procura), responsável por prejuízos que já chegaram à casa dos R$ 7 bilhões anuais no setor varejista, conforme dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O montante perdido é todo relacionado às falhas na gestão de estoque.
Com milhões de estabelecimentos no país para serem abastecidos e reabastecidos sistematicamente, acaba sendo impossível as marcas cobrirem toda a extensão de lojas com uma equipe própria, o que as faz terceirizar este serviço na maioria das vezes. Quanto mais terceirizados, mais difícil manter uma padronização dos serviços, e é aí que as soluções de gestão de dispositivos móveis (conhecido como MDM – Mobile Device Management), entram em cena. A mobilidade empresarial, combinada à gestão de dispositivos móveis, consegue trazer grandes benefícios para empresas de Trade Marketing, além de remediar problemas muito comuns nessa área.
Dentro das terceirizadas, este trabalho de Trade Marketing é atribuído a um profissional que fica responsável por fornecer produtos para determinada região. No entanto, um dos grandes desafios das marcas neste cenário é conseguir ter o controle sobre o que de fato é realizado em serviços – e qual a qualidade do trabalho realizado. O monitoramento das visitas efetivamente realizadas é fundamental para o bom relacionamento da marca com o estabelecimento e para garantir a melhor performance de vendas.
Não raro os gestores só conseguem identificar eventuais fraudes nos relatórios depois de meses de relatos enganosos, acumulando um prejuízo considerável para a atuação da marca naquela região geográfica. Até mesmo a exigência da entrega dos registros de geolocalização é uma prova pouco confiável de que o trabalho foi feito, já que existem softwares capazes de forjar estes trajetos.
Tecnologias de gestão de dispositivos móveis, já disponíveis no Brasil, combatem este gargalo, pois possuem sistemas invioláveis de geolocalização, impossíveis de serem adulterados. Tanto o gestor desse fornecedor de produtos quanto a própria marca que contrata os serviços da terceirizada têm acesso em tempo real à localização do profissional e também a todos os trajetos feitos na semana ou no mês, possibilitando uma mensuração precisa da produtividade de cada membro da equipe.
Outros pontos positivos deste tipo de solução é o bloqueio após o fim de horário de expediente, salvaguardando a empresa de eventuais problemas trabalhistas, já que o colaborador não conseguirá trabalhar fora do horário, e também diminuindo a incidência de utilização dos dados móveis (internet) para questões pessoais. Por fim, outro benefício extremamente valioso para a promoção do Trade Marketing é o bloqueio do modo motorista. Assim que o profissional atinge certa velocidade, o sistema identifica que ele está com o veículo em movimento e bloqueia o uso de aplicativos que podem distrair a atenção do motorista, mantendo apenas os de auxílio à navegação como o de rotas, por exemplo, prevenindo possíveis acidentes e multas.
Além de auxiliar os próprios colaboradores do segmento a utilizarem os dispositivos, este tipo de ferramenta permite visualização e análise de dados – embasando a tomada de decisões mais estratégicas. Uma ferramenta de MDM aplicada ao Trade Marketing é um recurso poderoso que permite, ainda, utilizar funcionalidades e aplicar configurações como: realizar o inventário online dos aparelhos e instalar e atualizar apps de forma remota e sistêmica. Dessa forma, as empresas podem fazer o controle completo, seguro e massivo de celulares e tablets para, assim, reduzir custos, aumentar a produtividade e automatizar processos do PDV.
(*) É diretor e cofundador da Pulsus (https://pulsus.mobi/), solução nacional que gerencia dispositivos móveis e supera 100 mil licenças emitidas e mais de 500 clientes, como Marilan, Braspress, G4S e Ambev.