O Parlamento da União Europeia anunciou ontem (24) o economista uigure Ilham Tohti como vencedor do Prêmio Sakharov em 2019 por sua defesa da minoria muçulmana na China. Criada em 1988, a honraria é concedida anualmente pelo poder Legislativo da UE a personalidades que simbolizem a liberdade de pensamento e a luta pelos direitos humanos.
Tohti, que completa 50 anos hoje (25), superou os brasileiros Raoni, Marielle Franco e Claudelice Silva dos Santos e um grupo de cinco estudantes do Quênia que desenvolveram um aplicativo para ajudar vítimas da mutilação genital. “O Parlamento decidiu entregar o Prêmio Sakharov pela liberdade de pensamento a Ilham Tohti. Pedimos que ele seja libertado imediatamente pelas autoridades chinesas”, disse o presidente do Europarlamento, o italiano David Sassoli.
Defensor da minoria uigure, que habita sobretudo a região de Xinjiang, no noroeste da China, o economista foi condenado à prisão perpétua em 2014 por “alimentar o ódio étnico, apoiar a violência e instigar o terrorismo” por meio de suas aulas e de um site sobre essa etnia. A China é acusada de internar centenas de milhares de muçulmanos em “campos de reeducação” em Xinjiang (ANSA).