No caso do Brasil isso não é diferente. A crise política e financei
ra que enfrentamos impulsionou o surgimento de soluções para reduzir custos, aumentar eficiência e, consequentemente, a produtividade das empresas. Com doses de tecnologia, inovação e criatividade, as startups se aproveitam dos gaps do mercado para crescer ofertando serviços para problemas que até então não tinham sido resolvidos.
Se por um lado a crise assola grande parte dos empresários, por outro o mercado de venture capital, ou seja, investimentos com capital de risco, segue aquecido e despertando cada vez mais o interesse de investidores brasileiros e estrangeiros. Isso porque o Brasil é um celeiro de startups promissoras e algumas delas já alcançaram o tão sonhado valuation (valor de mercado) de R$ 1 bilhão.
Chamadas de unicórnios, as startups que escalaram seus modelos de negócios são uma verdadeira inspiração para todos que estejam trilhando o caminho do empreendedorismo. A entrada de novos investidores e o surgimento de venture capitals são a prova de que esse mercado pode ajudar o País a superar a crise.
Isso porque, em economias mais maduras como nos Estados Unidos, no passado foi possível observar o quanto o capital de risco gerou um efeito multiplicador muito maior que qualquer outra categoria de investimento ou políticas públicas de fomento. Vale lembrar que apostar em novos modelos de negócios significa apoiar as soluções que essas empresas propõem para problemas que assolam diversos setores da sociedade como é o caso das fintechs, edutechs, etc.
O Brasil está começando a entender o potencial desses investimentos ao passo que a régua para os investidores também aumenta. É necessário que empreendedores aprimorem sua capacidade de escalar seus negócios e que as venture capitals sejam transparentes em sua relação com os investidores.
Há 15 anos atrás não era comum que fundos de investimento divulgassem seus números e informações de maneira aberta. Hoje a comunicação se tornou mais dinâmica e franca. Além da confiança no fundo, os investidores podem ter acesso às informações sobre as empresas escolhidas para os aportes.
Em suma, considero o venture capital uma classe de ativos onde o maior desafio é conseguir alocar os recursos de maneira inteligente e visionária. Por isso a importância dos fundos e empresas especializadas nesta categoria para aumentar as chances de rentabilidade no futuro.
Acredito que o amadurecimento do mercado depende da conscientização sobre o papel do investidor e da democratização do acesso ao capital, já que muitos empreendedores não conseguem atrair investimentos qualificados que os permitam alavancar seus negócios para crescerem de maneira sustentável.
E nesta relação entre founders e investidores todos podem ganhar, inclusive o País.
(*) – É CEO da Bossa Nova Investimentos.