Uma pesquisa sobre mercado de trabalho, realizada com mais de 1.000 participantes, aponta que 34% dos profissionais com algum tipo de deficiência contratados por empresas, se sentem isolados no ambiente onde atuam. Outras questões foram apontadas, tais como ausência de compartilhamento das ações dos colegas nas atividades dentro da empresa (37%), participação nos compromissos e objetivos (17%) e orgulho de participar da corporação (11%).
Objetivo foi compreender como esses profissionais se relacionam com a empresa, quão aceitos e úteis eles se sentem em relação às suas funções. Segundo uma pesquisa realizada pela Santo Caos – consultoria de engajamento por meio de diversidade – em parceria com a Catho, a finalidade também é a de apontar o quanto as empresas podem melhorar seu relacionamento interno a respeito do tema inclusão.
Para Guilherme Françolin, sócio da Santo Caos, a grande dificuldade das empresas é acreditar que depois de encontrar o profissional com deficiência terá que permanecer anos com ele no quadro de funcionários.
“Recrutar é o primeiro passo, mas se a empresa precisa de um profissional envolvido e para isso é preciso dar voz, reconhecer e integrar este funcionário como agente ativo da organização, é necessário engajar e incluir. Não existe uma empresa que pode se dar ao luxo de desperdiçar talentos e deve enxergar isso no profissional independente de quem ele seja, esperando dele, benefícios para o negócio”.
Para a gerente sênior da Catho, Tábitha Laurino, se faz necessário se desenvolver métodos de cultura dentro da empresa, medindo as relações profissionais com o crescimento dos resultados. Logo, se um profissional com deficiência se sente inferior no ambiente de trabalho em detrimento ao restante da equipe, é papel dos líderes e gestores injetarem a inclusão de forma mais efetiva entre os times.
“Um profissional que não se sente parte de equipe, não se orgulha do seu local de trabalho, acaba não vestindo a camisa da empresa e não a compartilha suas realizações pessoais do serviço prestado e essa deve ser sim uma preocupação das empresas para poderem chegar a objetivos que vão além do cumprimento das cotas”, entende.
A pesquisa conclui que estimular a inclusão traz diversos benefícios para todos os funcionários, bem como contribui para a melhoria do ambiente organizacional, favorecendo objetivos comuns, como o aumento do nível de comprometimento, motivação, engajamento e produtividade.
Criar um ambiente de equilíbrio e maior sinergia cabe aos gestores para se obter os resultados desejados de lucratividade dos negócios e realizações pessoais.
(*) Geraldo Nunes, jornalista e memorialista, integra a Academia Paulista de História ([email protected]).