Foto: José Cruz/ABr Presidente da Argentina, Mauricio Macri. |
O governo da Argentina lançou ontem (17) um documento com uma série de medidas econômicas e sociais para combater a inflação e reativar a economia. Entre as medidas, congelamento de preços de produtos básicos e de telefonia, além do compromisso em não aumentar tarifas de eletricidade, gás e transporte público até o fim deste ano. No ano passado, a Argentina registrou inflação de 47,6%, a mais alta nos últimos 27 anos. Para 2019, o governo tem a meta de fechar o ano com 23% de inflação.
“Seguimos convencidos de que para baixar a inflação a longo prazo – e terminar com este problema que temos há 75 anos – são indispensáveis as mudanças profundas e estruturais que viemos implementando nos últimos anos”, diz o comunicado oficial do governo que chegou a um acordo com 16 empresas para que 60 produtos da cesta básica mantenham os preços por, pelo menos, seis meses. Entre os produtos, óleo, arroz, farinha, macarrão, leite, iogurte, erva mate, chá, açúcar, polenta, biscoitos, geleias, conservas e bebidas.
Os frigoríficos argentinos se comprometeram a vender 120 mil quilos de carne por semana ao preço fixo de 149 pesos argentinos o quilo (cerca de R$ 14) na feira do Mercado Central. Para se ter uma referência, atualmente o Mercado Central vende cerca de 70 mil quilos de carne por mês, ou seja, cerca de 17,5 mil quilos por semana. O governo argentino se comprometeu a não subir tarifas dos serviços públicos. Em relação ao gás, por exemplo, o governo anunciou que dará 22% de desconto nas contas durante os meses de inverno. O valor referente a este desconto os usuários pagarão nas faturas dos meses de verão, que são de menor consumo.
Na área de transporte não haverá aumentos nos ônibus e trens metropolitanos, nem nos pedágios do país. Na telefonia celular, as operadoras aceitaram manter o preço das linhas pré-pagas durante 5 meses, até setembro. A medida beneficia cerca de 35 milhões de consumidores. Cinco milhões de beneficiários de programas sociais terão descontos de 20% a 70% em medicamentos em uma rede de 5 mil farmácias distribuídas pelo país (ABr).