“Brexiteers” protestam em frente ao Parlamento, em Londres. Foto: ANSA |
O Parlamento do Reino Unido aprovou ontem (14), por um placar de 412 a 202, uma moção que pede ao governo para solicitar à União Europeia o adiamento do Brexit, marcado para o próximo dia 29. O objetivo é permitir que o acordo entre Londres e Bruxelas seja votado pela terceira vez na Câmara dos Comuns, que já rejeitou o texto duas vezes. A nova votação deve acontecer na semana que vem.
Segundo a moção proposta pelo governo da primeira-ministra Theresa May, o “divórcio” será prorrogado para 30 de junho. Do contrário, ela pedirá um adiamento maior, embora qualquer mudança de data dependa do aval unânime dos outros 27 Estados-membros da UE. A votação de ontem aumentou a incerteza sobre o futuro do Reino Unido, já que a nova data seria depois das eleições europeias de maio de 2019.
Nesse cenário, Bruxelas poderia se ver obrigada a incluir os britânicos no pleito, o que levaria a uma nova redistribuição dos assentos em seu Parlamento. A Câmara dos Comuns também rejeitou uma emenda para condicionar o pedido de ampliação do prazo à convocação de um segundo plebiscito sobre o tema. O texto recebeu apenas 85 votos favoráveis e 334 contrários, principalmente em função da abstenção do Partido Trabalhista, de oposição.
O Conselho Europeu, principal órgão político do bloco, se reunirá entre os próximos dias 21 e 22, para discutir a questão. Seu presidente, Donald Tusk, já afirmou que pedirá para os 27 Estados-membros aceitarem o adiamento, de modo a tentar evitar um Brexit sem acordo.
Por outro lado, a UE já solicitou que os países se preparem para um rompimento imediato, situação que pode abrir uma crise econômica e de abastecimento no Reino Unido (ANSA).
