O jornalista Ricardo Boechat morreu ontem (11), após a queda de um helicóptero em um dos acessos da Rodovia Anhanguera. Foto: Divulgação/Band |
O jornalista Ricardo Boechat, de 66 anos, nasceu em Buenos Aires, quando o pai, Dalton Boechat, diplomata, estava a serviço do Ministério das Relações Exteriores. Dono de um humor ácido, usava essa característica para noticiar fatos e criticar situações. O tom era frequente nos comentários de rádio, televisão e também na imprensa escrita.
Nos anos 1970, Boechat começou no jornalismo no Diário de Notícias, como assistente do colunista Ibrahim Sued. Do Diário de Notícias, seguiu com Sued para O Globo, em que trabalhou por 14 anos. Também foi chefe de reportagem da Rádio Nacional, em 1973. Foi para o Jornal do Brasil, no início dos anos 1980. Logo depois retornou ao O Globo para assumir a Coluna do Swann.
Depois, ao voltar para O Globo, o jornalista ganhou sua própria coluna. Nesta época, o jornal estabelecia a linha editorial de ter dois colunistas sociais de prestígio: Ricardo Boechat e Zózimo Barroso do Amaral. Em 1997, passou a ser comentarista no telejornal Bom Dia Brasil, na Rede Globo. Nesta época, sua coluna era a mais lida no jornal carioca e uma referência nos jornais impressos, pautando dezenas de redações pelo país.
Em 2006, foi para o grupo Bandeirantes. Pela manhã, apresentava um programa com seu nome dividido em duas partes: uma nacional e outra dedicada ao Rio de Janeiro. À noite, era o âncora do Jornal da Band. Também escreveu para os jornais O Dia e O Estado de São Paulo. Boechat teve diferentes cargos nas redações em que passou, mas sempre manteve a veia jornalística, talvez a sua maior característica profissional. Ele ganhou três prêmios Esso: em 1989, 1992 e 2001. Venceu oito vezes o Prêmio Comunique-se.
Flamenguista, foi atleta assíduo na pelada de fim de semana, que reunia artistas e jornalistas no Alto da Boavista, no Rio de Janeiro, durante muitos anos. Boechat deixa mulher, cinco filhas e um filho (ABr).