Segundo o ministro da Economia, as empresas estatais são “um ninho de corrupção, e não servem para nada”. Foto: Fabio Rodrigues/ABr
O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender na sexta-feira (8) o processo de privatização de estatais vinculadas ao governo federal. Em palestra na sede do BNDES, sobre a desestatização do setor elétrico, Guedes disse as estatais não serão usadas para manter ‘uma forma equivocada de fazer política’. “Nós temos que pensar também que a velha política morreu. Nós não sabemos ainda qual é a nova, mas essa morreu. As estatais não vão mais alimentar uma forma equivocada de fazer política”, argumentou.
Guedes disse que o processo de privatização das distribuidoras da Eletrobras, levado a cabo no fim do ano passado, é um excelente exemplo que deve servir de referência para os próximos programas de privatizações. Depois de ressaltar que as estatais não vão mais alimentar essa fórmula equivocada de fazer política, o ministro disse que esse modelo atrasou o crescimento do país. “E lá tem muita gente boa, gente séria, mas também tem gente que quer fazer bagunça”, afirmou.
Segundo o ministro da Economia, as empresas estatais são “um ninho de corrupção, e não servem para nada”. Na palestra, Gudes afirmou que a princípio era favorável à privatização de todas as estatais, mas que o presidente Jair Bolsonaro e os militares defendem a manutenção de algumas delas. Também defendeu a reforma da Previdência. “Quebraram nossa Previdência num sistema de repartição condenado porque, antes do Brasil envelhecer, o sistema já deu sinais de colapso”.
O Estado está gastando muito com o sistema previdenciário, “que vai quebrar, que é uma fábrica de desigualdade, promove privilégios, transfere renda de pobre para quem tem mais recursos. O ministro criticou os gastos do país com a dívida púbica: “É a segunda grande despesa pública: o Brasil reconstrói uma Europa por ano só pagando juros sobre a dívida interna”, afirmou.
Como terceiro grande gasto, Guedes citou a própria máquina pública do governo. “Dentro dessa máquina, uma série de empresas estatais que não têm mais capacidade de investimento. Estão quebradas financeiramente, perdendo dinheiro, gerando dívida, às vezes ninhos de corrupção, empreguismo”, afirmou. Para ele, esse modelo se esgotou. “Vamos ter que passar o filme ao contrário. Vamos ter que segurar gastos por alguns anos. Você não precisa cortar [custos], é só não deixar crescer. Não precisa ser traumático, é só exercer o controle” (ABr).