Nova proposta de Previdência faz executivos repensarem aposentadoria
Atuações em consultorias, conselhos de administração e empreendedorismo surgem como possibilidades de projetos profissionais, revela pesquisa
Foto: Folha de São Paulo
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A maioria dos executivos do alto escalão não pensa em “pendurar as chuteiras” quando encerrarem seu ciclo tradicional de carreira. A maior parte deles (77,7%) planeja novos desafios pós-carreira, como atuar em consultorias, conselhos de administração e empreendedorismo.
É o que revela levantamento realizado pela Page Executive, unidade de negócios do PageGroup especializada no recrutamento de executivos para o alto escalão, em parceria com a Angatu IDH, consultoria especializada em construir junto com o grupo executivo seus projetos de vida e pós-carreira.
“Com o ganho de longevidade e envelhecimento da população, a aposentadoria vai progressivamente deixar de existir. Esse quadro abre espaço aos profissionais mais sêniores e experientes, com reais possibilidades de transição de carreira, mesmo com uma atuação múltipla e mais longa do que a que conhecemos hoje. Veremos em breve três a quatro gerações de profissionais se relacionando. Essas mudanças no mercado de trabalho estão em curso e serão vistas com mais frequência”, explica Fernando Andraus, diretor executivo da Page Executive para a América Latina.
Para Renato Bernhoeft, da Angatu IDH, desde a infância somos educados para que tenhamos uma carreira, sucesso e sejamos permanentemente produtivos. “E isto funciona relativamente bem até o momento de transição que se inicia na meia idade, hoje por volta dos 45 anos. Quando se aproxima a fase de aposentadoria, em que as pessoas imaginam que “desfrutar” é seu único objetivo, defrontam-se com a dura realidade que não se prepararam para isto”, diz.
Foto: Reprodução/Internet
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O estudo foi realizado em setembro de 2018 contando com a participação de 400 executivos de 40 a 60 anos do alto escalão e que atuam em empresas de diversos setores e portes em todo o Brasil.
Foi perguntado a esse público se pretende fazer transição de carreira ou mudar de área no futuro. Aqueles que têm vontade, mas ainda não desenhou planos, representaram 44,8%. Um total de 21,6% também tem vontade e já desenhou seu plano. Outro grupo, de 11,4%, está executando a transição neste momento. Os que se declararam contrários a essa ideia somaram 22,2%.
Quando questionados a respeito dos projetos profissionais futuros, atuar como consultor foi a opção de 23,2% dos respondentes. Logo em seguida, com 22,9%, a possibilidade de participar de conselhos de empresas. Empreender foi a escolha de 19% enquanto outros 14,4% optaram por palestras ou lecionar. Ser investidor ou atuar em uma startup agrada 8,8% da amostra. Atuar no terceiro setor foi a escolha de 7% e, com 4,6% das respostas, continuar com vínculo empregatício.
Insegurança, falta de oportunidade e de reserva financeira dificultam transição de carreira:
A maioria dos profissionais pretende buscar novas oportunidades em seu pós-carreira, mas podem interromper esse desafio caso não estejam totalmente preparados para essa transição. O levantamento mostra que a falta de reserva financeira é a principal dificuldade para essa mudança, de acordo com 21,8%. Bem próximo, com 21,2%, escassez de oportunidades na área em que o profissional deseja atuar.
O receio de encarar os desafios propostos assusta 20,2%. A pretensão salarial superior ao praticado pelo setor de interesse é dificuldade para 17,4%. Para 8,4%, a qualificação exigida é superior ao conhecimento acumulado enquanto 8,1% sentem-se despreparados pessoal e profissionalmente para enfrentar os desafios. E, para 2,8%, falta apoio familiar.
Mesmo que optem pela nova fase, a maioria dos executivos acredita que ainda precisa trabalhar por mais tempo e dispor de uma reserva financeira confortável antes de optar por um novo modelo de carreira. Somaram 55,3% aqueles que pretendem trabalhar mais de 10 anos. Entre cinco e dez anos, 33,9%. De um a cinco anos, 9,9% e, até um ano, 0,9%.
Ainda segundo o estudo, 83,3% pretendem poupar recursos para até 20 anos enquanto 9,2% desejam dispor de garantias para até 15 anos e, para até 10 anos, 7,5%.
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Alguns indicadores do levantamento:
Público entrevistado – alto escalão – diretores, managing directors, CEO
70% homens
30% mulheres
77% trabalha com vínculo empregatício
58% têm entre 40 e 50 (meia idade)
90% trabalha há mais de 20 anos
86% têm vontade de “transicionar” a carreira, sendo que destes:
59% não tem nenhum projeto para esta transição.
29% já tem desenho para transição
12% já iniciou a transição
Pontos mais tocados que dificultam a transição:
1. Falta de reserva financeira
2. Escassez de oportunidades na área em que desejo transicionar
3. Receio de encarar os desafios da transição
4. Pretensão salarial é maior do que a oferecida pelo mercado
Somente 18% menciona a educação formal (voltar a estudar) como parte do seu projeto pessoal;
Quando perguntados sobre como se atualizam em relação às novas tendências somente 3% refere a educação formal como fonte de busca de informação;
Dentre as áreas que tem mais relevância para o público quando eles pensam em Projeto de Transição, na ordem:
1. Finanças e Investimentos;
2. Saúde física;
3. Projetos pessoais;
Quando perguntados sobre projetos pessoais, a grande relevância que aparece está direcionada ao lazer.
Fonte e mais informações: (www.pageexecutive.com).