Primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May. Foto: Divulgação/AFP |
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, negou ontem (21) as hipóteses de convocar um segundo plebiscito sobre o Brexit, ou de pedir o adiamento da saída do país da União Europeia, marcada para ocorrer no dia 29 de março. No último dia do prazo dado pelo Parlamento para o governo apresentar uma alternativa a um rompimento sem acordo, a premier disse estar disponível a um “diálogo construtivo e sem pré-condições com a oposição” sobre o “plano B”.
Em seu pronunciamento, May afirmou que conversará com parlamentares dos dois lados para ouvir suas preocupações referentes ao acordo, antes de retornar a Bruxelas para renegociar o Brexit com os líderes da União
Europeia. Os Estados-membros remanescentes no bloco, no entanto, rechaçam a hipótese de reabrir as tratativas e já falam em se preparar para um divórcio sem acordo. Para May, um segundo plebiscito sobre a questão “minaria a confiança” do povo britânico na política.
A ideia de convocar os eleitores às urnas novamente é defendida por parte da oposição, que alega que muitas pessoas foram induzidas a votar pelo Brexit por notícias falsas e omissões sobre os prejuízos para o Reino Unido. Além de pedir um maior envolvimento do poder Legislativo, May ressaltou seu compromisso em encontrar uma solução que mantenha aberta a fronteira entre a Irlanda do Norte, território britânico, e a República da Irlanda, país-membro da UE, afastando a hipótese do “backstop”.
A manutenção de fronteiras abertas é um dos princípios do acordo de paz de 1998, e há o temor de que qualquer tipo de controle possa fazer renascer a violência nas Irlandas. O “backstop” é um mecanismo que prevê fronteiras abertas entre os dois territórios caso Londres e Bruxelas não aprovem um acordo comercial no período de transição, que terminaria em 31 de dezembro de 2020, prorrogável por mais um ano. Grupos pró-Brexit, no entanto, alegam que isso criaria uma espécie de fronteira entre a Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido, o que poderia abrir caminho para a fragmentação do país (ANSA).