Ao prestar depoimento, ontem (26), aos promotores da força-tarefa do Ministério Público de Goiás (MP-GO) que investiga as acusações de crimes sexuais apresentadas por centenas de mulheres
do Brasil e do exterior, o médium goiano João Teixeira de Faria, o João de Deus, voltou a afirmar que nunca cometeu nenhum abuso contra frequentadores do centro espírita Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.
Segundo o advogado Alex Neder, que acompanhou o depoimento, os promotores Luciano Miranda Meireles e Paulo Eduardo Penna Prado se fixaram em três dos casos que estão sendo apurados pelo MP goiano – segundo o qual já foram coletados 78 depoimentos formais de mulheres de todo o país que se apresentam como vítimas de abuso sexual de João Teixeira.
“O senhor João respondeu a todas as perguntas, negando a todas as acusações”, disse o advogado. De acordo com o Neder, o médium não identificou nenhuma das três denunciantes, garantindo não se lembrar delas. Além disso, João de Deus reafirmou que os atendimentos “espirituais” que oferece ocorrem às vistas de muitas pessoas que frequentam a Casa Dom Inácio.
A defesa espera que o STF aprecie o pedido de liberdade apresentado, para que o acusado seja liberado para responder ao inquérito em casa, usando, se necessário, tornozeleira eletrônica. De acordo com o MP-GO, mais de 600 mensagens já chegaram à força-tarefa por meio do endereço ([email protected]). Destas mensagens, cerca de 260 apresentam-se como potenciais vítimas do médium, sendo que 11 delas residem no exterior: Estados Unidos (4), da Austrália (3), da Alemanha (1), da Bélgica (1), da Bolívia (1) e da Itália (1) (ABr).