O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, fez um apelo ontem (4), para que o próximo governo comece o ajuste fiscal com a reforma da Previdência.
“É o cerne do problema”, ele disse, em palestra em evento da Febraban. Na sua visão, o Brasil ainda tem a chance de fazer um ajuste fiscal gradual e, sabendo de suas vulnerabilidades, precisa enfrentá-las antes que o cenário externo “fique ainda mais adverso”.
“Outras economias não conseguiram realizar um ajuste fiscal, e isso leva a medidas urgentes de curto prazo, que no Brasil acabariam reforçando as distorções que temos”, disse Guardia, que ressaltou que, na reunião do G-20, o tom era de preocupação com 2019.
Na opinião de Guardia, seria um erro revogar o teto de gasto, que se tornou uma espécie de garantia aos investidores internacionais de que haverá algum controle de despesas. E, para que o teto seja respeitado, é necessário realizar a reforma da Previdência. “A manutenção do teto é crível pelos próximos quatro anos, pelo menos até o próximo governo”, disse.
Para o ministro, a continuidade do processo de reformas vai exigir um diálogo entre os poderes Judiciário e Legislativo. Também afirmou que os governos estaduais precisam controlar os gastos, que ainda crescem mais que a inflação (AE).