O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse ontem (3) que o país vive um momento de crescimento econômico – lento e gradual, mas de crescimento – e deve o fechar o ano com expansão de 1,4% no PIB.
De acordo com Goldfajn, no próximo ano, o PIB poderá chegar 2,4%. Ao participar do seminário Reavaliação do Risco Brasil, promovido pela FGV, Goldfajn ressaltou que a inflação está sob controle e deverá fechar este ano em 3,94% e que a Selic vem-se mantendo no patamar histórico de 6,5%.
Goldfajn ressaltou o fato de que este cenário foi atingido em momento em que o mundo, e o próprio país, viveu momentos de turbulência.
“Isso ocorre em um ano em que tivemos um desafio relativamente importante, com uma conjuntura externa mais difícil e um cenário interno também mais turbulento. E, dado isso, a inflação na meta e taxa de juros histórica, nós temos hoje uma recuperação. Ela é gradual, mas é consistente – já temos sete trimestres de crescimentos positivos”, enfatizou.
Ao falar sobre a inflação, o presidente do BC lembrou que, em 2015, a taxa estava em torno de 10,6%, vindo a cair para 6,29% no final de 2016, até fechar o ano passado em 2,95%, devendo encerrar 2019 em 4,12%, ligeiramente abaixo da meta de 4,25%. Para Ilan, a economia deverá fechar o ano que vem em torno de 2,4%, mas é fundamental a continuidade das reformas. “Tem que trabalhar as reformas, os ajustes, para que esta recuperação seja mais intensa. Politica monetária, inflação, política cambial – eu diria que são a rotina do BC. Além dessa rotina, a gente tem a estabilidade do sistema financeiro. [É preciso] cuidar para que o sistema funcione”.
Ele destacou que que o crescimento econômico propriamente dito não é um objetivo do Banco Central, mas do governo federal, como um todo, defendeu a autonomia da instituição e voltou a enfatizar a necessidade de se avançar nos ajustes e nas reformas necessárias, “uma vez que as conquistas dos últimos dois anos só se consolidarão e avançarão ainda mais se eles forem implementadao” (ABr).