Os mais imbecis e insensíveis dos homens!
* J. B. Oliveira
“Não é bom que o homem esteja só. Far-lhe-ei uma companheira que o auxilie e lhe corresponda” – (Gênesis, capítulo 2, versículo 18).
Que o chamado “sexo forte” não é lá essas coisas em termos de sensibilidade e sintonia fina não se discute nem é novidade. Tanto que seu próprio Criador, tendo-o feito como “coroa da criação”, chave-de-ouro de toda sua obra – como está descrito no capítulo primeiro de Gênesis – achou por bem colocar a seu lado uma “ajudadora”…
Então criou a mulher, mais frágil fisicamente (talvez para não criar melindres no homem), mas muito mais apta para determinadas atitudes e ações. Atribuiu-lhe a missão de gestar os filhos que ele mandaria a este mundo… sabia que um homem jamais suportaria as dores do parto nem aguentaria, por nove meses, um ser desenvolvendo-se em seu ventre, nutrindo-se de sua seiva vital (e dando chutes de vez em quando…).
Só ela para aceitar, com docilidade e alegria, o cumprimento dessa árdua tarefa. E ainda, durante a longa e difícil espera, fazer crochê, tricô, bordados, decoração e que tais, de modo a preparar tudo para a chegada da nova vida. Já pensaram em um homem nessa situação? Nem pensem… É inimaginável!
Há que se reconhecer, contudo, que o homem é de suma importância para o cumprimento de certas tarefas indispensáveis à manutenção da sociedade humana, como matar baratas, destampar potes de conservas e servir de ameaça coercitivo-educacional para os filhos (“Você vai ver só quando seu pai chegar!”) …
Alguns, mais capacitados, até para trocar resistência de chuveiros, substituir botijões de gás e trocar corinho das torneiras da cozinha…
É evidente que não é bem assim. Deus, em sua imensa sabedoria, criou-os realmente com diferenças sutis ou mais definidas, mas que – longe de serem conflitivas – são complementares. Aquilo que falta em um está presente no outro e seu somatório resolve qualquer problema que se lhes apresente.
O essencial é que se compreendam, se aceitem e se respeitem como iguais: ambos seres humanos, apenas com naturezas distintas.
“A coisa pega”: quando o homem deixa de respeitar a mulher como sua igual em deveres e direitos e com personalidade própria, e não como objeto que se integra a seu patrimônio e lhe pertence.
Casos frequentemente registrados de deplorável, animalesco e inconcebível feminicídio mostram quão imbecis, estúpidos, e irracionais são certos homens, incapazes de compreender que o que mais prende uma pessoa são a liberdade, a paz e o amor! Que o ser humano, imagem e semelhança de Deus, só pode sentir prazer em ter alguém a seu lado quando isso se dá por decisão livre e soberana da outra pessoa, em obediência à expressão do amor.
Assim, esse nobre e elevado sentimento, intangível e incorpóreo, é que deve presidir todos os atos do convívio conjugal, que dessa forma se torna sólido e perene, tornando-se a semente de um relacionamento que floresce e que, através dos filhos e dos filhos dos filhos, se projeta no infinito.
Faz lembrar as palavras do velho sucesso (quem se lembra?) da dupla Dom e Ravel: “Só o amor constrói, por favor plante uma flor… quem destrói a paz não verá jamais um irmão feliz”. O amor pacífico, assim concebido e vivido, é um antídoto contra o medo, o temor.
Em sua Primeira Carta, capítulo 4, versículo 18, diz o apóstolo São João: “No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor”.
E no mesmo capítulo, no versículo 8, conclui: “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”!
*J. B. Oliveira, consultor de empresas, é advogado, jornalista, professor e escritor.
É membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e da Academia Cristã de Letras.
www.jboliveira.com.br – [email protected]