É preciso dar um voto de confiança ao WhatsAppCom o final de um dos processos eleitorais mais conturbados da história democrática do país, o bom senso manda que os brasileiros dediquem um esforço especial à tarefa de restaurar laços desfeitos em todas as áreas Foto: Reprodução André Migliorelli (*) O resultado das urnas deve colocar um ponto final às disputas e, melhor ainda, às agressões, ofensas e outras tentativas criativas de divisão que nunca, em lugar nenhum do mundo, conduziram alguma nação ao desenvolvimento. Em alguns caso é notório que isto será quase impossível, pois a corda da civilidade foi tão esticada que quebrou. Em outras situações, nas quais os limites foram mais respeitados,o retorno à paz será natural e muito bem vindo. É nesta segunda categoria que deve estar uma das ferramentas de comunicação mais importantes do nosso tempo e que teve seu prestígio perigosamente colocado em risco nessas eleições. Trata-se do WhatsApp. A missão da OEA (Organização dos Estados Americanos) que está no Brasil para observação das eleições classificou o uso do WhatsApp para disseminação de notícias falsas como um fenômeno sem precedentes no mundo. Os representantes do órgão se disseram alarmados pelo fato da rede apresentar muitas complexidades para controle e investigações já que é um ambiente privado. Além disso, as pessoas tendem a acreditar mais nas notícias que chegam por este instrumento porque quem as envia geralmente são pessoas próximas a elas. Durante a campanha foram feitas várias denúncias. Algumas empresas que atuam no setor de marketing digital diretamente com o WhatsApp tiveram seus nomes no centro do debate e a própria imagem do Whats App foi de alguma forma colocada em cheque em relação à confiabilidade de seu funcionamento. Este pode ser um legado bastante nocivo dessas eleições. Por diversos motivos, o Whatsapp hoje é a ferramenta de comunicação mais utilizada no mundo, independente da faixa etária. Existem ainda outras opções, mas, particularmente no Brasil, nenhuma ferramenta sequer se aproxima da quantidade de usuários do aplicativo. Como se não bastasse isso, a chegada do Whatsapp Business permite uma utilização corporativa com potencial revolucionário em áreas como o atendimento a clientes, por exemplo. Integrado aos sistemas de comunicações unificadas é possível profissionalizar seu uso, incluindo esse canal nas políticas de roteamento de chamadas, métricas, unificação de registros (gravação de conversas ou mensagens) e funções programáveis na plataforma. Em uma operação de venda ou cobrança, feita por telefone, por exemplo, o operador tem apenas alguns minutos para explicar e o cliente, por sua vez fica pressionado a tomar a decisão nessa mesma janela de tempo. Já nas experiências com Whats App, isso não precisa ser desta forma. A negociação pode começar às 8 horas da manhã e ir até o fim do dia. Com isso o cliente tem tempo de consultar a família, enquanto o operador tem condições de procurar com calma a melhor resposta. O resultado se traduz em acordos e transações fechadas com muito maior qualidade e satisfação para todos os envolvidos. Desta forma, a possibilidade de uma associação, por mínima que seja, da imagem do Whats App com as tão terríveis fake news da campanha é um grande desserviço prestado ao mundo dos negócios pelos operadores políticos nesta eleição. Golpes baixos sempre ocorreram nas disputas pelo poder. Não foi a tecnologia que inventou a má conduta. É preciso saber separar o meio da mensagem. É preciso dar um voto de confiança ao Whats App. (*) É CEO da A5 Solutions, integradora de soluções líder no segmento de Contact Centers, Comunicações Unificadas e Redes Convergentes. | IoT, IA e cloud: como essas tecnologias têm ajudado a indústria a alcançar eficiência energética?Foto: Reprodução Já faz alguns anos que sustentabilidade é palavra de ordem em vários âmbitos da sociedade, desde a indústria até projetos governamentais. Atrelado a isso, está a preocupação cada vez mais constante com a eficiência energética, o que tem se transformado num diferencial para empresas quando o assunto é o relacionamento com seus clientes e investidores. Além do impacto positivo em sua imagem, iniciativas nesse sentido trazem economia e previsibilidade nos custos com energia. Um dos exemplos mais recentes é o Apple Park, campus da Apple construído em 2017, na Califórnia (EUA), concebido para ser um dos edifícios com melhor eficiência energética do mundo. Tanto que 100% de sua energia é obtida a partir de fontes renováveis, sendo 75% por meio de uma planta de painéis solares. Este ano, inclusive, a companhia anunciou que já opera globalmente com energia 100% renovável, incluindo escritórios, data centers e lojas. Outra referência é o Google, atualmente o maior comprador de energia eólica e solar do mundo, com contratos da ordem de 2.600 MW. Para produzir mais com menos energia, companhias têm investido em tecnologia a fim de terem um gerenciamento mais eficiente de sua utilização. Cloud computing, Big Data, Analytics, Inteligência Artificial e Internet das Coisas (IoT) passaram a ser aplicadas para o monitoramento e controle, em tempo real, dos principais pontos de consumo. Quer saber como essas tecnologias podem ser aplicadas para a gestão da utilização da energia? Primeiro surgem os dispositivos IoT, que permitem o monitoramento dos diferentes tipos de cargas, como climatização, iluminação, máquinas e equipamentos; além de medidas elétricas (corrente elétrica e tensão), e da coleta de informações de contexto de sites e equipamentos, como temperatura e outros parâmetros. Os dispositivos podem realizar medidas periódicas e encaminhar os dados por meio da internet para um sistema de processamento central. Na sequência, o sistema de processamento central, normalmente hospedado numa infraestrutura de computação em nuvem, armazena e processa os dados recebidos. É nesse momento, que soluções de big data são utilizadas para a análise dessa grande quantidade de dados históricos recebidos a partir de diferentes fontes e formatos, que deverão ser armazenados e processados. Técnicas de análise de dados são utilizadas para a extração de informações relevantes a partir das medidas básicas, e as informações são disponibilizadas para os gestores com a utilização de tecnologias web que possibilitam o acesso remoto por dispositivos como desktops e smartphones. As informações podem ser disponibilizadas em dashboards dinâmicos configurados para atender às características específicas da empresa, que incluem gráficos que permitem a visualização do consumo, assim como das metas e indicadores estabelecidos para o gerenciamento energético. Alertas e notificações podem, também, ser configurados para que violações importantes sejam tratadas o mais rapidamente possível. Técnicas de Inteligência Artificial, como aprendizado de máquina, podem ainda ser aplicados para a identificação de padrões de consumo, detecção de falhas e previsão de consumo que destaquem oportunidades de economia de energia. O sistema pode, ainda, ser integrado a uma solução mais completa de automação, enviando comandos e parâmetros para controlar a operação da empresa de forma automática. Segundo a IEA (International Energy Industry), a adoção de sistemas de gerenciamento de energia pela indústria, em especial através da adoção da ISO 50001 (um padrão internacional de gerenciamento de energia desenvolvido pela IEA em 2011), pode resultar numa economia financeira anual para as empresas acima de 10%, além de promover outros benefícios indiretos, como economia de outros insumos da produção. (Fonte: João Maia é diretor de negócios e Frederico Gonçalves é head de utilities, ambos do Venturus, um dos maiores centros privados de pesquisa e inovação do Brasil). Nove dicas para alavancar sua carreira em cibersegurançaGina Van Dijk (*) O momento nunca foi tão oportuno para quem deseja investir na carreira voltada à segurança da informação Trata-se de uma das áreas que mais crescem e se destacam dentro do ambiente corporativo, com alguns dos melhores salários do setor de tecnologia e vagas surgindo em profusão. Mas, afinal, o que é necessário para aproveitar esse cenário e se consolidar como um profissional de cibersegurança de sucesso? A resposta para essa pergunta, evidentemente, varia de caso a caso. É possível dizer, no entanto, que alguns pontos são assumidamente essenciais para os candidatos que estão de olho nas melhores vagas e remunerações. Neste contexto, por exemplo, podemos destacar nove dicas fundamentais para alavancar a carreira dos profissionais de cibersegurança. São elas: 1. Seja um verdadeiro especialista em segurança digital Em um cenário onde as ameaças se transformam a cada dia, a melhor maneira que profissionais de cibersegurança têm para atrair a atenção das empresas é mostrando como seu conhecimento pode ser útil para manter uma operação longe de qualquer perigo digital. Por isso, o primeiro passo para aqueles que desejam construir uma trajetória sólida nesse segmento é buscar especialização no setor de segurança, conhecendo profundamente as soluções e técnicas necessárias para evitar possíveis problemas e ataques de maneira eficiente. Pesquise recursos e diferentes tipos de ameaças de forma contínua. Lembre-se de que a concorrência será cada vez maior e estar um passo à frente do mercado é fundamental. Garanta que seus empregadores estejam confiantes em relação ao seu know-how quando se trata de potenciais ameaças que suas organizações podem enfrentar. 2. Desenvolva suas habilidades de comunicação Além de conhecer bem o assunto, a habilidade de se comunicar claramente e com propriedade é um ativo em qualquer trabalho, e se tornou especialmente importante na área de cibersegurança. A razão é simples: os profissionais precisam ser capazes de entender as demandas técnicas mais específicas e, ao mesmo tempo, saber ouvir e explicar o que está acontecendo para os públicos internos da empresa (incluindo usuários sem conhecimento em TI). Durante uma entrevista de emprego procure, portanto, mostrar sua atenção às questões de comunicação oral e escrita. Isso será um diferencial importante. 3. Conheça as demandas do mercado Segundo pesquisas do (ISC)², 70% das empresas ao redor do mundo pretendem contratar profissionais dedicados à proteção de dados. Entretanto, saiba que apenas conhecer sobre segurança não será o suficiente para garantir uma boa vaga. Será preciso entender que cada segmento e vertical tem suas próprias demandas e processos a resolver. Sendo assim, conhecer bem o dia a dia do negócio a ser trabalhado ajudará o especialista em Segurança da Informação a ganhar destaque diante das organizações. Afinal, em um cenário mais integrado, não basta saber dos assuntos técnicos: é preciso entender como a segurança pode ajudar a otimizar os resultados. 4. Seja capaz de colocar a mão na massa O avanço de tecnologias e conceitos como a Nuvem e a Internet das Coisas (IoT) tem feito com que a utilização dos dados se torne um processo cada vez mais integrado e complexo nas organizações. Como consequência, hoje, é esperado que o profissional de Tecnologia e Segurança da Informação esteja atento às novidades como um todo, e não apenas aos lançamentos específicos do setor de proteção. Para tanto, além de conhecer as novidades na teoria, o profissional também deve estar preparado para pôr a mão na massa e implementar as alterações, ajustes e instalações necessárias para garantir a segurança dos dados e dos acessos. 5. Olhe além dos números e ferramentas Os empregadores estão à procura de candidatos completos para formar seus times. Isso quer dizer que além de conhecimento técnico, as empresas esperam contar com pessoas que contribuam para resolver os desafios do dia a dia, agregando capacidade analítica, visão estratégica dos negócios e bom relacionamento interpessoal. Em outras palavras, os profissionais de TI que atuam na área de segurança precisam estar aptos a entender as demandas da operação como um todo, apontando onde e como é possível aprimorar a proteção e a gestão dos dados da organização. 6. Promova suas certificações Os diplomas demonstram a proficiência e o esforço realizado pelo profissional em busca de conhecimento. E, de fato, contar com certificações de relevância é indispensável para enriquecer sua carreira em cibersegurança. Em contrapartida, mais do que tê-los, é preciso promovê-los de forma assertiva. Afinal, com tantos profissionais à disposição, é natural que os empregadores valorizem os candidatos que demonstrem suas habilidades e destaquem a ideia de aprendizagem contínua. 7. Escolha uma área para se especializar O risco de um ataque virtual é uma preocupação constante. O que não quer dizer, entretanto, que todas as organizações estejam sujeitas ao mesmo tipo de ameaça. Os cibercriminosos contam com alvos diversificados, com armadilhas diferentes para cada mercado. Nesse horizonte, é indicado que o profissional de TI voltado à segurança da informação se especialize em uma vertical ou indústria, mantendo-se alerta para as regulações e perigos que envolvem o segmento de atuação de sua organização. 8. Continue a investir no seu desenvolvimento O mercado de cibersegurança é um campo de rápidas transformações, seja em relação às ameaças que se multiplicam ou pela crescente utilização dos dados por parte das empresas. O fato é que as demandas do setor mudam de forma constante. Por isso, a dica mais valiosa para um profissional de segurança da informação é manter a jornada de aprendizagem contínua. Buscar novas informações e referências é um compromisso que os especialistas e técnicos não podem ignorar se quiserem destaque nesse setor. Isso pode ser feito, por exemplo, a partir de seminários, webinars e outros eventos de formação que ajudam a alimentar a base de conhecimento do profissional e das equipes de segurança. 9. Conecte-se com bons profissionais e empresas Cultivar relacionamentos com outros profissionais na sua área é uma boa prática. É possível obter conselhos valiosos sobre busca por oportunidades de trabalho e compartilhar suas experiências com outros. Adquira o hábito de acompanhar de perto o trabalho de profissionais e empresas que se destacam como referência para o setor. Aprenda novas tendências sobre carreiras e quais habilidades empregadores esperam de um candidato. Ao desenvolver esse networking, será possível conhecer e compartilhar experiências para o desenvolvimento de novas e mais profundas técnicas de proteção às informações. (*) É Diretora Regional do (ISC)² América Latina |