Mobilidade urbana e sustentável – um desafio para as cidades brasileirasSerá mesmo que os carros são os grandes vilões das cidades, principalmente se pensarmos em questões de mobilidade? Foto: Reprodução Sylvio Mode (*) A verdade é que o problema é muito mais amplo. Segundo a Wikipedia, “mobilidade urbana é a condição em que se realizam os deslocamentos de pessoas e cargas no espaço urbano de uma cidade. Assim, ela é obtida por meio de políticas de transporte e circulação que visam a melhoria de acessibilidade e mobilidade, através da priorização dos modos de transporte coletivo e não motorizados de maneira efetiva, socialmente inclusiva e ecologicamente sustentável”. Posto isso, é possível, em uma estrutura tão ampla do território brasileiro, pensar em uma solução única e abrangente? Possivelmente não, o Brasil tem 26 Estados, com culturas, crescimento, infraestrutura, demografia completamente diferentes. Até mesmo se reduzirmos o escopo para as principais capitais não existe um modelo de solução de mobilidade que possa se encaixar em boa parte delas. Sabemos que a expansão e o crescimento desordenados das cidades acabaram por criar espaços urbanos – em sua boa parte – voltados para o transporte particular de automóveis, em detrimento ao transporte coletivo. A própria cultura brasileira (que aos poucos tem mudado com a acessibilidade às bikes) ainda associa o carro a características como status, conforto e liberdade. O padrão superlotado dos transportes coletivos também não contribui para que as pessoas optem por deixar o carro em casa. É preciso que o Brasil tenha políticas de mobilidade urbana voltadas para a construção de cidades mais inteligentes, sustentáveis e acessíveis. Além disso, precisamos trazer para discussão consequências como o aumento da poluição e das emissões causadoras do efeito estufa. Segundo o portal Mobilize Brasil, somente no país, a frota de automóveis e motocicletas teve crescimento cerca de 400% nos últimos dez anos. Muito já se tem feito em diversos países, e a tecnologia tem sido uma grande aliada nesse processo. E graças a esses avanços, é possível ampliar as soluções e permitir também novos olhares para o planejamento urbano. É importante ressaltar a importância dos investimentos em sistemas sobre trilhos, como metrôs, trens e bondes modernos (VLTs), ônibus com combustível limpo, semáforos inteligentes, câmeras e integração entre sistemas e calçadas acessíveis para todas as pessoas, além de outras tendências que vieram para ficar, como as ciclovias e compartilhamento de carros e bicicletas. Um importante projeto de mobilidade, que envolveu software da Autodesk em sua concepção está sendo desenvolvido por uma startup de Florianópolis, a Mobilis, criada por três engenheiros, que têm como missão encontrar soluções inteligentes para os problemas de mobilidade urbana. O projeto resultou no lançamento do “Li”, primeiro carro 100% brasileiro elétrico, movido por baterias de íons de lítio. O carro é desenvolvido com o software Autodesk Fusion 360TM, uma ferramenta ágil que contribui para a criação e design de produtos inovadores. O projeto apresenta diversas inovações relacionadas à interface de usuário, algumas inéditas no mercado automotivo brasileiro. Para se ter uma ideia, o veículo traz partida por login, sistema de manutenção preditivo online, pelo qual, conectado com a fábrica, pode prever problemas no sistema antes que aconteçam. Também um head up display com projeção de dados importantes como o velocímetro e carga da bateria, sistema de gestão de frota (TrackLi), entre outras, está presente. Este é um passo importante para nós brasileiros na construção de um modelo mais sustentável de mobilidade urbana. Entre os benefícios, além da diminuição dos poluentes e da economia financeira no abastecimento, esses carros reduzam o nível de ruído das cidades. O governo brasileiro está analisando também medidas para incentivos fiscais (diminuição de impostos) para que a produção seja viável para as montadoras e a aquisição possível para os motoristas. Esse é só um dos exemplos com foco na transformação digital. Mas é mais um item de mobilidade urbana a ser adotado no Brasil. É a tecnologia movimentando a economia, apostando em sustentabilidade e, principalmente, qualidade de vida. (*) É Presidente da Autodesk no Brasil. Footcoin: chega ao mercado criptomoeda de times de futebolFoi lançada a Footcoin.club, plataforma desenvolvida para aproximar torcedores aos clubes de futebol do seu coração. O torcedor compra a moeda do seu time e pode usá-la para adquirir produtos do marketplace do clube, ingressos, bem como utilizar serviços de parceiros como o Uber, consórcio e clínica. O projeto foi criado por um grupo de empresários do setor de tecnologia e fanáticos por futebol que viram na tecnologia blockchain uma aliada para a criação de criptomoedas para times de futebol. O objetivo é garantir que todo o ecossistema do time esteja integrado e rastreado. O lançamento coincide com a data de comemoração do centenário do Fortaleza Esporte Clube, primeiro time a aderir à plataforma, que começa a utilizar a criptomoeda Leãocoin (LEC) nos negócios com parceiros e torcedores a partir de hoje. Segundo o CEO da fintech Allgoo e um dos participantes do projeto, Luiz Cláudio Macedo, a Footcoin.club traz um modelo inovador e irá contribuir muito para o desenvolvimento e profissionalização do esporte no Brasil. “Há muito ainda por vir, isso é só o começo,” promete Macedo.
| Logística no Brasil: como ser estratégico com as particularidades do paísFoto: Reprodução Independentemente do setor ou do tamanho do negócio, uma área que pode ser considerada a principal preocupação dos empresários brasileiros é a logística. Responsável pela circulação de produtos no território nacional, este conceito faz com que a grande maioria das corporações enfrente diariamente uma série de particularidades e desafios para que consiga, de fato, crescer. Para isso, a tecnologia é um auxílio poderoso nesta busca pela automatização e eficiência. Os custos logísticos são componentes bastante significativos nas despesas operacionais das empresas brasileiras. Pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral indica que os gastos com transporte e armazenagem correspondem a 12,37% do faturamento bruto anual das corporações – um crescimento de 7,4% nos últimos três anos. Assim, uma boa gestão nessa área é vital para a garantia dos resultados das organizações. Para isso, é preciso vencer duas características bem desafiadoras do Brasil. A primeira delas remete às dificuldades de transporte. O Brasil é uma nação com dimensões continentais (8,5 milhões de quilômetros quadrados, quase o tamanho de todo o continente europeu) e, se não bastasse, ainda possui uma grande dependência do modal rodoviário com infraestrutura pouco desenvolvida fora dos grandes centros. Além disso, há a questão tributária, com uma série de exigências fiscais e legais que tornam ainda mais complexos os desafios nesta área. Reverter essas particularidades não é fácil porque não existe um cenário único ideal. As soluções dependem de cada segmento de atuação e do porte das empresas envolvidas. Contudo, algumas dicas são importantes. O primeiro passo para ter uma logística mais eficiente e menos dispendiosa, por exemplo, é garantir a visibilidade das operações e dos processos. Assim, os profissionais conseguem identificar os pontos fracos e executar planos estruturados para melhorar essa questão, otimizando e aumentando a eficiência. As empresas e os gestores precisam compreender que o setor está no momento de uma mudança significativa na forma como as operações são geridas. O uso da tecnologia como ferramenta de gestão e a busca constante pela inovação devem guiar todos os objetivos. Um bom começo é identificar parceiros especializados no assunto que podem ajudar nesta migração e na adoção de novos recursos. A visibilidade necessária para melhorar a eficiência depende diretamente da utilização da tecnologia. Portanto, o posicionamento de uma organização em nível competitivo a médio e longo prazo demanda uma otimização constante das operações e processos. O mercado brasileiro já percebeu a necessidade de inovação e tecnologia e certamente intensificará mais essa procura nos próximos anos. Aos poucos, as empresas do Brasil conseguem deixar para trás todas as particularidades e desafios e começarão a apresentar, finalmente, uma evolução significativa na maturidade da gestão logística. (Fonte: Diogo Louro é sócio-diretor da Nimbi, especialista em tecnologia para a cadeia de suprimentos. http://www.nimbi.com.br/). Digitalização de documentos é o primeiro passo para a transformação digitalInon Neves (*) Um funcionário hoje perde cerca de 36 minutos por dia na tarefa de buscar documentos. Isso corresponde a 7,5% do tempo de expediente do colaborador, segundo dados da Associação Brasileira de Gerenciamento de Documentos Isso poderia ser reduzido para apenas alguns segundos por meio de um processo de digitalização bem executado, e dados mais recentes mostram que as empresas na América Latina estão cada vez mais preocupadas com isso. Segundo informações divulgadas pelo IDC este ano, até 2020, 40% das 3 mil principais empresas da América Latina vão ver que a maior parte do seu negócio depende de sua capacidade de criar produtos, serviços e melhores experiências digitais, algo que diz muito sobre a jornada de transformação digital pela qual passamos. Hoje boa parte dos avanços em digitalização é estimulada por tecnologias em ascensão como mobilidade, nuvem e big data – segundo o IDC, inteligência artificial vai estar presente em 30% das iniciativas de transformação digital na América Latina. A digitalização dos documentos é um dos primeiros passos para dar início à transformação digital. No caso da gestão documental, a digitalização tem sido apresentada como uma solução eficiente para a necessidade cada vez maior de compartilhamento de informações e na criação e atualização de documentos que geralmente envolvem múltiplos departamentos – processo que, quando feito em papel, leva mais tempo e fica mais sujeito à incidência de erros humanos. Com um número cada vez maior de informações sendo criadas a cada minuto, é difícil garantir a segurança e extrair valor dos dados, especialmente quando estão em papel. Logo, um dos primeiros passos para aderir, de fato, à transformação digital é começar a mudar a forma como os documentos são criados, geridos e armazenados. Os problemas criados pelo papel Mesmo diante da ascensão de sistemas cada vez mais informatizados para envio de informações, como o eSocial, por exemplo, que exige o envio de dados online, as empresas continuam criando e armazenando documentos em papel internamente. Além de dificultar sua localização, isso acaba tornando impossível o estabelecimento de protocolos de segurança, gerando arquivos duplicados ou compartilhamentos indevidos de informação. Ao converter arquivos físicos em digitais, é possível consolidar as informações, eliminando as duplicações e garantindo um melhor controle de acesso e uso dos dados. Os documentos ativos, aqueles aos quais os funcionários recorrem com mais frequência, crescem na proporção de 25% ao ano. Uma boa maneira de começar uma estratégia de digitalização é investindo no escaneamento desses documentos em papel mais acessados pelos funcionários, tornando seu acesso e compartilhamento mais fácil pelos funcionários. O perigo da desorganização Ainda segundo dados da Associação Brasileira de Gestão de Documentos, os gestores gastam, em média, quatro semanas inteiras por ano procurando informações devido a armazenamento inadequado e desorganização de arquivos Por isso, não basta investir em digitalização – é preciso contar com uma estratégia de gestão eletrônica de documentos para gerir as informações de maneira centralizada durante todo o seu ciclo de vida, evitando o caos dos arquivos e a falta de visibilidade dos dados. Com isso, as empresas podem melhorar o monitoramento, bem como o acesso às informações. Como não existe uma única estratégia que funcione para todas as empresas, é fundamental que um projeto de digitalização de documentos envolva os múltiplos departamentos. Muito mais importante do que investir em novas ferramentas, sistemas e processos é estar sempre pronto para avaliar e reconhecer as necessidades de adaptação e mudança e suas estratégias para abraçar novas tecnologias e aumentar a produtividade. (*) É vice-presidente da Access para a América Latina. |