Após cinco anos em queda, a indústria de máquinas e equipamentos deve fechar o ano com crescimento de 7% com a produção estimulada pela demanda no mercado externo.
De janeiro a agosto, as vendas de bens de capital aumentaram 5,9%, com um total de R$ 49,7 bilhões, e só em agosto o volume atingiu R$ 7,3 bilhões, 12% mais do que no mesmo mês do ano passado.
A retomada ocorre, no entanto, em ritmo bem inferior ao do período anterior à crise, quando a taxa de crescimento chegou a 36%, segundo dados divulgados ontem (25) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). No acumulado dos últimos cinco anos, o setor apresentou recuo de 47%. O pior desempenho foi registrado em 2016, com queda de 24,2%.
A virada na evolução do setor está se consolidando com as exportações, que tiveram expressivo crescimento em agosto (68,5%), como resultado de encomendas embarcadas para países da América Latina, em especial para a Argentina. De janeiro a agosto, as exportações totais, incluindo América Latina e Mercosul, Estados Unidos e Europa, somaram US$ 6,6 bilhões.
Segundo o presidente do Conselho de Administração da Abimaq, João Carlos Marchesan, as exportações representam quase a metade das vendas do setor. Para escapar da crise argentina, as empresas têm procurado explorar outros mercados. Para os Estados Unidos embarques atingiram mais de US$ 1,5 bilhão de janeiro a agosto, com alta de 62,8%, seguido da Europa, com valor US$ 1,49 bilhão, 39,8% acima de igual período do ano passado.
Segundo o presidente executivo da Abimaq, José Velloso, o câmbio deve continuar favorecendo as exportações, seja qual for o candidato eleito presidente em outubro. Ele informou que mais da metade das 1,5 mil indústrias associadas da Abimaq (850) exporta seus produtos – entre os mais consumidos, estão máquinas para petróleo e energia renovável, seguidos por máquinas para bens de consumo e componentes para a indústria de bens de capital (ABr).