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Adão sob pressão

em Colunistas, Heródoto Barbeiro
quinta-feira, 19 de julho de 2018

Adão sob pressão

Os homens estão continuamente sob pressão. Esses homens são uns covardes que não tomam iniciativa nem dizem o que pensam.

O poder feminino ganha força dia a dia e a meta é romper com as desigualdades de gênero que remontam ao período colonial. Nessa época os homens tinham o poder de tirar a vida da esposa e dos filhos. Era o direito ancestral. Para as mulheres mais instruídas na atualidade o objetivo é abolir a tutela masculina. A luta pela conquista dos direitos civis ou não progrediu ou andou em passos muito lentos.

O acesso ás universidades, tinha como obstáculo não só o exame de admissão no mundo acadêmico, mas o preconceito e o medo que certas profissões tinham sido destinadas apenas ao homens. Imagine uma mulher dirigindo uma siderúrgica. Ou a construção de um prédio no centro da capital, com centenas de homens trabalhando e seguindo suas instruções.

Aos poucos uma tradição que tinha o apoio das famílias começa a ceder. Elas foram conquistando lugares de destaque e da universidade ergueram uma ponte para chegar na direção de grande conglomerados econômicos. Uma revolução lenta e constante que muda a cara da sociedade.

O avanço das mulheres em busca da igualdade de oportunidades com os homens está sendo construída de cima para baixo. Movimentos feministas, muitos ainda tímidos, conseguem pressionar os donos do poder e obter algumas conquistas, quase permitidas pelas autoridades religiosas. A sociedade patriarcal por excelência se expressa pela “tutoria “ dos homens, como se as mulheres são incapazes de gerir sua vida social e precisam de alguém que diga o que podem, o que não podem e como fazer.

Por isso os casamentos são arranjados entre as famílias e a palavra amor quase nunca é pronunciada. O comportamento em público também é outro viés do machismo, que exige que elas sejam recatadas e do lar. Durante muito tempo a religião abençoou essa dominação, estabelecendo que deveriam ser vestir modestamente e impondo a moda para os trajes considerados decentes. Nada de mostrar qualquer parte do corpo que não sejam os olhos e as mão.

A função social da mulher é gerar e cuidar dos filhos, atender o marido, ainda que algumas ostentem riquezas como amplos colares, vários braceletes caríssimos e sapatos que só a elite tem condições de adquirir. O advento das mídias sociais dão mais um impulso para a ascensão das mulheres na sociedade, uma vez que elas têm suas próprias redes sociais e podem ter acesso a informações que antes não tinham.

Com isso tomam conhecimento de movimentos feministas em todo o mundo e o resultado obtido. Contudo não tem direito a voto e não elegem nem mesmo os deputados. Parte da reação as novas etapas de acesso à igualdade com os homens partem de setores femininos.

Ainda que não é proibido as mulheres exercerem algumas profissões como vendedoras ou costureiras. Piloto de avião, nem pensar. Elas jamais seriam admitidas no cockpit de um jato da companhia aérea nacional. Contudo o que mais pesa na atualidade é o direito delas dirigirem o próprio carro e irem para onde bem entenderem.

Recentemente ganharam esse direito ainda que sob os trajes tradicionais que deixam de fora penas os olhos maquiados e as mãos com unhas pintadas das cores mais extravagantes. As mulheres da Arábia Saudita, estão longe de ter uma participação política ativa uma vez que o pais vive em uma ditadura que chama a si mesma de monarquia.

As leis liberalizantes são fruto de uma troca tirano, sai um rei de 81 anos e assume um com pouco mais de 30.

(*) – É âncora do Jornal da Record News inspirado pelo Le Monde Diplomatique.