Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)
As crianças não estão aprendendo a lidar com a vida, o que antes era ensinado principalmente pelos pais e avós.
Os asiáticos têm pleno direito de buscar a melhora nas condições gerais, mas acabaram afetando a indústria e os empregos no resto do mundo devido à interferência do Estado, aos custos sociais e de mão de obra menores, ao câmbio regulado e incentivos, além dos interesses das corporações em desfrutar dessas benesses, lá produzindo para exportar para outros países.
A China acumulou significativa reserva em dólares. O Brasil perdeu terreno e até hoje não consegue dinamizar a economia, o que é agravado pela volúpia financeira da classe política. Como diz o provérbio chinês – “toda crise traz uma nova oportunidade”.
Essa grande enrascada do déficit americano poderá levar os grandes contendores a buscar soluções que equilibrem as balanças e o desenvolvimento geral, eliminando a guerra econômica que tem caracterizado o relacionamento entre os povos desde a primeira Revolução Industrial. Quem sabe agora na Quarta Revolução sejam encontrados os mecanismos que humanizem e equilibrem as relações.
O Facebook trouxe para as pessoas a oportunidade de falar, comunicar o que sentem e pensam, o que é difícil em nossos dias. Infelizmente as pessoas introduzem bobagens reveladoras de anseios utilizáveis para pesquisas de mercado e eleitorais, e abusos extremados. O importante é usar a rede para o bem, para melhorar o mundo.
Mas parece que isso não agradou àqueles que seguram o cabresto da humanidade, que querem a massa amorfa e moldável segundo seus fins. É imprescindível a preocupação da educadora coreana Yuhyun Park que quer ensinar as crianças a ter inteligência digital para se tornarem boas “cidadãs online”. Porém, há na educação um grande vazio até hoje mal entendido; as crianças não estão aprendendo a lidar com a vida, o que antes era ensinado principalmente pelos pais e avós.
É preciso saber quem somos, qual a finalidade da vida, como funcionam as leis naturais da Criação. Isso também deveria ser objeto de sérias pesquisas e estar nos currículos escolares, contribuindo para a formação efetiva de seres humanos. Sem dúvida, também houve descuido geral do equilíbrio entre as nações. O contrabando no Brasil e o crescimento da economia informal tem sido objeto de profundas análises.
A economia não reage devido aos maus políticos que não servem aos interesses do país e que permitiram a fragilização na indústria, educação e saúde. O Brasil se tornou um bom importador. A questão é que importar produtos que cheguem com qualidade e preço acessível para o consumidor é fácil. Mas além das commodities e dos produtos primários com baixo valor agregado, como o país poderá elevar as exportações?
Quando a indústria regride, muita coisa vai junto: componentes, serviços, treinamento técnico. Isso favorece as potências exportadoras para acumular reservas em dólares enquanto outros aumentam as dívidas. Num mundo com estruturas de produção tão desiguais, o conceito de abertura precisa ser repensado. Dia a dia o Brasil fortaleceu as instituições visando interesses particulares e fins egoísticos, enquanto o país ia sendo desconstruído. A classe política pouco fez para o bem da nação, abrindo espaço ao populismo inconsequente.
Ano eleitoral decisivo exige mudanças. É preciso eleger uma liderança sábia e responsável que busque futuro digno da espécie humana para que esta não afunde na lama da ignorância, imoralidade e corrupção, e da subserviência a interesses escusos.
Brasil! Pátria amada a despeito dos ingratos, dos corruptos que só pensam em si; dos alienígenas que só cobiçam as riquezas pouco se importando com a boa formação dos jovens; dos que fomentam a ruína, a miséria espiritual e material. Como a indústria regrediu não há sustentação para o setor de serviços. Assim, o número de desocupados permanece elevado.
O comércio informal se alimenta de mercadorias contrabandeadas prejudicando a arrecadação. É preciso encontrar a fórmula para dar maior impulso ao crescimento, pois do jeito como está, em curto prazo, nem a redução dos juros o fará. É preciso reagir e gerar atividades e empregos para que o dinheiro possa circular internamente.
(*) – Graduado pela FEA/USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). E-mail: ([email protected]); Twitter: @bidutra7