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em Via Digital Motors
quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Volume de sedãs cai nos últimos anos

O segmento de sedãs, sempre tradicional e entre os preferidos do consumidor brasileiro, vem declinando em volumes nos últimos anos, muito em função do aumento de interesse pelos SUVs.
Divididos pela Fenabrave em quatro subsegmentos, os sedãs podem ser pequenos, compactos, médios e grandes. Dos menores, hoje os principais representantes são Volkswagen Voyage, Fiat Cronos e Hyundai HB20S. Os médios são liderados pelo Chevrolet Onix Plus, que compete com VW Virtus, Toyota Yaris Sedan, Nissan Versa e mais recentemente o Honda City, que foi renovado.
Entre os médios, estão o Toyota Corolla, Honda Civic, Chevrolet Cruze e Caoa Chery Arrizo 6. Os sedãs grandes hoje são praticamente carros de nicho, de origem alemã: BMW Série 3, Audi A4 e Mercedes-Benz Classe C.

Chevrolet Onix Plus foi o sedã mais vendido no Brasil em 2021: apesar da crise dos semicondutores, conseguiu emplacar pouco mais de 54 mil unidades. Imagem: Chevrolet

Vendas de sedãs no Brasil nos últimos 3 anos (em unidades)
Ano Pequenos Compactos Médios Grandes
2019 294.292 133.629 131.028 8.892
2020 131.372 141.266 85.424 8.019
2021 115.517 105.383 77.405 8.206

Fonte: Fenabrave

Mudanças à vista

Este ano, algumas mudanças são esperadas. Dos médios, o Civic deixa de ser produzido no Brasil e sua 11ª geração virá importada e certamente mais cara. Fiat Cronos deve ganhar o câmbio CVT e Hyundai HB20 S vai receber um facelift, sem alterar a parte mecânica.
Enquanto os médios e grandes continuam sofrendo concorrência com os SUVs e devem ter menos emplacamentos este ano, os compactos tendem a ser os sedãs com mais volume de vendas em 2022, com a chegada do novo City e normalização da produção do Onix Plus.

City renovado

Já à venda desde o final de 2021, o Honda City, que estava meio esquecido, foi renovado em corpo e alma. Por fora, o novo visual agrada principalmente na traseira, com uma solução de design deixou o conjunto elegante.
O desempenho do novo motor 1.5 aspirado de até 126 cv acoplado ao câmbio CVT não empolga, mas serve muito bem para quem roda mais na cidade e tem no bom consumo um de seus destaques, assim como o amplo espaço interno e de porta-malas.
O novo City vai de R$ 108.300 (EX) a R$ 123.100 (Touring). Esta última versão tem como principal diferencial o pacote de segurança Honda Sensing.

Honda City 2022. Imagem: Honda

Yaris 2023: frente mais esportiva e mais seguro

Entre os sedãs compactos, a linha 2023 do Toyota Yaris Sedan acaba de ser lançada com algumas pequenas mudanças em para-choques e grade e novos conteúdos, como sistema multimídia de 7” (pareamento via cabo), sistema pré-colisão e alerta de mudança de faixa.
O motor é o mesmo 1.5 de até 110 cv com câmbio CVT – não há mais opção do 1.3. Em três versões, o sedã do Yaris custa de R$ 96.390 a R$ 116.990.

Fabricante de Ponta Grossa quer crescer 20%

A DAF, marca de origem holandesa de veículos pesados e com fábrica de caminhões em Ponta Grossa (PR), apresentou o CF, modelo de estreia no segmento de semipesados – atualmente liderado por Volkswagen Constellation, Volvo VM e Mercedes-Benz Atego.
Em configurações 6×2 e 8×2, o DAF CF vem equipado com motor Cummins de 6,7 litros em versões de 280 ou 300 cv. Para se diferenciar da concorrência, a DAF traz recursos disponíveis em modelos maiores, como a transmissão automatizada de 12 marchas e diversos itens de conforto de série e opcionais. Ainda sem preço definido, chega às lojas em fevereiro.
Lance Walters, presidente da DAF no Brasil, estima crescimento de 20% nas vendas da marca em 2022. “Nossas expectativas são altas para este ano, que deve se mostrar como de oportunidades para a empresa”, disse durante a apresentação do CF.
Em 2021, a fabricante registrou alta de 46,2% nas vendas. O XF foi o terceiro modelo do segmento de pesados mais vendido e com ele a DAF detém 8,3% de market share, com 5.391 unidades licenciadas.
Com a entrada nos semipesados, que representa cerca de 25% do mercado, o desafio é grande, mas há potencial para avançar não só no mercado interno como também nas exportações. A marca quer fazer de sua fábrica em Ponta Grossa uma base exportadora para a América do Sul – onde o grupo Paccar, do qual a DAF faz parte, já tem forte presença.

Novo-DAF-CF-PACCAR. Imagem: DAF

*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo. E-mail: [email protected]