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WEF publica o seu “Future of Jobs Report 2025”

em Tecnologia
terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Em 8 de janeiro passado, o WEF, World Economic Forum, conhecido por muito como “Fórum de Davos”, divulgou seu relatório Future of Jobs Report 2025 (Futuro do Trabalho 2025).

Vivaldo José Breternitz (*)

Muitos órgãos de imprensa, como a CNN por exemplo, deram destaque à informação trazida pelo relatório no sentido de que 40% das empresas planejam reduções de mão de obra devido à inteligência artificial.

Mas a análise mais cuidadosa do documento apresenta um quadro muito mais positivo do que a manchete da CNN sugere: ele conclui que a IA pode criar 170 milhões de novos empregos globalmente, enquanto elimina 92 milhões de posições, resultando em um aumento líquido de 78 milhões de empregos até 2030.

“Metade dos empregadores planeja reorientar seus negócios em resposta à IA”, escreve o WEF, dizendo ainda que “dois terços planejam contratar talentos com habilidades específicas de IA, enquanto 40% preveem reduzir sua força de trabalho onde a IA pode automatizar tarefas”.

Para elaboração do relatório foram ouvidas mil empresas que empregam 14 milhões de trabalhadores globalmente. O WEF emite esse relatório a cada dois anos para ajudar formuladores de políticas, líderes empresariais e trabalhadores a tomar decisões sobre tendências relativas ao mercado de trabalho.

O novo relatório aponta para habilidades específicas que dominarão as contratações até 2030, dizendo que a experiência em IA, big data, redes e segurança cibernética serão as habilidades mais procuradas. O documento também identifica categorias de trabalhadores que estão em declínio, dentre elas designers gráficos, escriturários e secretárias executivas, que estão entre os mais ameaçados.

O relatório traz outras informações, dizendo que a IA tem o maior potencial para criar empregos entre as tecnologias que estão chegando ao mercado, com 86% das empresas esperando que a IA transforme suas operações até 2030.

O relatório mostra também que 77% das empresas pesquisadas lançarão programas de reciclagem para ajudar os trabalhadores atuais a trabalhar em conjunto com sistemas de IA entre 2025 e 2030. Cerca de 70% planejam contratar especialistas que possam projetar ferramentas baseadas em IA, enquanto 62% buscam funcionários qualificados para trabalhar ao lado desses sistemas.

Os resultados chegam enquanto o WEF se prepara para sua reunião anual em Davos no final de janeiro, onde o impacto da IA ​​na força de trabalho global certamente ocupará um lugar central nas discussões entre líderes mundiais e executivos.

Pesquisas à parte, é cedo demais para dizer com certeza se a IA terá um efeito líquido positivo ou negativo no emprego, mas é uma aposta segura que provocará uma mudança na forma como os trabalhadores atuam.

Pela magnitude dos impactos possíveis, é preciso que as pessoas, escolas, empresas e governos fiquem atentos ao tema.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – vjnitz@gmail.com.