Vivaldo José Breternitz (*)
Pode parecer paradoxal, mas uma tecnologia que entrou em operação comercial em 1866, vem ganhando cada vez mais importância nestes tempos de internet.
Trata-se do cabo submarino, que naquele ano passou a ligar os Estados Unidos e a Europa, transmitindo mensagens telegráficas; agora, em tempos de internet, dado o imenso volume de dados que precisa ser transmitido. O uso dos cabos de fibra ótica mostra-se uma alternativa viável técnica e comercialmente falando-se, com os dados sendo transmitidos como pulsos de luz.
Nessa linha, o Google anunciou planos para lançar um novo cabo que conectará a costa leste dos Estados Unidos ao Brasil, Uruguai e Argentina, com o objetivo de fornecer aos usuários da América do Sul um melhor acesso ao portfólio de serviços do Google. O cabo deverá entrar em operação em 2023. O Google já opera outros cabos na região, como o Curie, que liga a costa oeste dos Estados Unidos ao Chile; o Tannat, joint venture entre a Antel Uruguai e o Google; e o Monet, que conecta os Estados Unidos e o Brasil.
O novo cabo será chamado Firmina, em homenagem à escritora e abolicionista maranhense Maria Firmina dos Reis (1822-1917). O novo cabo adiciona não apenas capacidade, mas também resiliência à rede do Google, capacitando-a a suportar melhor não apenas os serviços tradicionais de internet, mas também a computação em nuvem, que vem crescendo a taxas elevadas.
(*) – Doutor em Ciências pela USP, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.