Vivaldo José Breternitz (*)
Chamamos robôs humanoides àqueles cuja aparência lembra uma pessoa, com partes semelhantes à cabeça, ao tronco e aos membros. A Tesla, empresa conhecida por seus veículos elétricos, está construindo um robô humanoide chamado Tesla Bot, como revelou Elon Musk, o chefe da empresa. O robô terá como características ser amigável, lento e fraco, de forma a poder ser alcançado e dominado por uma pessoa caso saia do controle.
O Tesla Bot será controlado por uma inteligência artificial, não muito diferente da tecnologia Autopilot, que a empresa usa para seus veículos. Ele será projetado para realizar tarefas perigosas e repetitivas para humanos e navegar em nosso mundo sem ter que receber instruções passo a passo. Musk disse que ele deve ser capaz de seguir comandos simples, como “por favor, pegue aquele parafuso e prenda-o no carro usando aquela chave”.
Também deve ser capaz de retirar compras em lojas e executar outros trabalhos braçais. Musk apresentou uma imagem do robô durante um evento da Tesla. Ele terá cerca de 1,75 m. de altura e pesará 56 quilos, graças ao uso de materiais leves em sua construção. Seu rosto será uma tela que poderá ser usada para exibir informações.
A máquina será capaz de se mover com uma velocidade de 8 km/h e terá capacidade de carregar cargas de até 20 quilos. Musk disse que a empresa planeja ter um protótipo do Tesla Bot pronto no próximo ano, embora atrasos não sejam uma surpresa em projetos ambiciosos como esse.
Anúncios desse tipo fazem-nos lembrar de Isaac Asimov, o genial escritor de ficção científica que em seu livro “Eu, Robô “, enunciou as Três Leis da Robótica, criadas como condição para a coexistência dos robôs com os seres humanos, prevenindo qualquer perigo que a inteligência artificial possa trazer à humanidade. São elas:
1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
2ª Lei: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.
Se o Tesla Bot for desenvolvido dentro do espírito dessas leis, será muito bem-vindo.
(*) – Doutor em Ciências pela USP, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.