
Pavel Durov, o fundador e CEO do Telegram, revelou que a plataforma alcançou um bilhão de usuários ativos mensais.
Vivaldo José Breternitz (*)
A expressão significa que um bilhão de pessoas diferentes acessaram o Telegram no último mês, um aumento de 50 milhões em comparação com o final do ano passado. Durov também informou que a empresa registrou lucros de US$ 547 milhões em 2024.
O CEO também criticou o rival WhatsApp, que tem registrado mais de 2 bilhões de usuários ativos mensais, dizendo que “à nossa frente está o WhatsApp – uma imitação barata do Telegram. Por anos, eles tentaram desesperadamente copiar nossas inovações, enquanto queimavam bilhões em lobby e campanhas de relações públicas para nos desacelerar. Eles falharam. O Telegram cresceu, tornou-se lucrativo e – ao contrário de nosso concorrente – manteve sua independência”.
Em agosto de 2024, Durov foi preso no aeroporto de Le Bourget, na França, logo após desembarcar de seu jato particular, vindo do Azerbaijão.
As autoridades francesas disseram que a prisão de Durov foi feita no âmbito de uma investigação sobre o fato do Telegram não moderar atividades criminosas praticadas com o uso do aplicativo. Dias após sua prisão, Durov foi acusado de outros delitos, dentre os quais permitir que usuários do Telegram usassem a plataforma para difundir material ligado ao abuso sexual de crianças.
A seguir, Durov foi proibido de deixar o país, mas acabou libertado sob fiança – o bilionário nascido na Rússia tornou-se cidadão francês em 2021 e também possui um passaporte dos Emirados Árabes Unidos. Agora, Durov viajou para Dubai, pois a justiça francesa permitiu que ele fique fora do país até 7 de abril.
O Telegram parece estar buscando cumprir a lei desde a prisão de Durov. Tem colaborado com agências americanas para fornecer endereços IP, números de telefone e outras informações críticas para identificação de usuários suspeitos da prática de diversos crimes. A empresa também criou uma equipe de moderadores dedicada a identificar atividades criminosas na plataforma.
Esperemos que essas mudanças não sejam apenas “whitewashing”, ou seja, medidas de fachada destinadas a ocultar os malfeitos da empresa.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – vjnitz@gmail.com.